AGRICULTURA / REGIÃO NORTE DO DF
Vazio
sanitário da soja começa no sábado (1º) em todo o DF
Produtores rurais
devem eliminar as plantas vivas para combater a incidência de ferrugem
asiática. Impedimento vai até 30 de setembro e quem descumprir está sujeito a
multa de R$ 15 mil a R$ 50 mil
(*) MARYNA LACERDA
A
partir de sábado (1º), produtores de soja do Distrito Federal devem eliminar
todas as plantas vivas da cultura — o chamado vazio sanitário. Durante 90 dias,
os agricultores estão proibidos de semear ou de manter pés do cultivo.
Lavoura de soja na região de Planaltina: a partir de sábado (1º) fica
proibido por 90 dias o cultivo da planta no DF
A
medida visa à quebra do ciclo do fungo Phakopsora pachyrhizi,
causador da ferrugem asiática. A doença é a principal causa de perdas na
lavoura, uma vez que leva ao amarelecimento precoce de folhas e caule e
prejudica o enchimento dos grãos.
A
eliminação das plantas pode ocorrer de forma mecânica, como remexer o solo por
meio de maquinário ou ao colocar o gado para se alimentar dos pés de soja. O
uso de aditivos químicos para morte do cultivo também é uma opção. O
impedimento vai até 30 de setembro.
Equipes
da Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Ruralfarão
fiscalização em toda a área plantada de soja na última safra. São cerca de 71
mil hectares de lavoura em 200 propriedades em todo o território.
71 mil Quantidade de hectares ocupados com plantação de soja em 200
propriedades
Quem
desobedecer à restrição será notificado e está sujeito à multa de R$ 15 mil a
R$ 50 mil, além da obrigatoriedade de erradicar as plantas vivas, conforme
determina a Lei Distrital nº 4885, de 11 de julho de
2012.
O
vazio sanitário tem o objetivo de tirar do fungo a oferta de alimento, no caso,
o pé de soja. Além disso, a suspensão do cultivo serve para pôr fim ao
microorganismo que estiver presente no ambiente mesmo após a retirada da
planta.
Pesquisas
mostram que o fungo consegue sobreviver de 55 dias a 60 dias no solo. “Por
isso, no DF estabeleceu-se o prazo de 90 dias, tempo superior ao ciclo de vida
dele”, conta a gerente de Sanidade Vegetal da Secretaria da Agricultura, Abastecimento
e Desenvolvimento Rural, Marília Angarten.
Prevenção protegerá a lavoura na próxima semeadura
Sem
ter como se desenvolver, o microorganismo também não produz esporos, unidades
de reprodução. “Dessa forma, quando chegar a próxima semeadura, em novembro, a
ferrugem asiática não atinge tão fortemente a lavoura”, explica a gerente de
Sanidade Vegetal.
Reduzir
a incidência de ferrugem asiática resulta também em economia na produção, uma
vez que demanda menor aplicação de fungicidas. “O produtor gasta menos com
agrotóxicos e tem maior produtividade”, destaca Marília.
Em
caso de suspeita de descumprimento do vazio sanitário, deve-se alertar a pasta
da Agricultura. Denúncias podem ser enviadas pelo telefone (61) 3051-6422 ou
por meio do endereço eletrônico gsv.defesa.seagri@gmail.com.
(*)fonte: MARYNA LACERDA, EDIÇÃO: VANNILDO MENDES - Foto:
Tony Winston/Agência Brasília – 13.1.2016
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