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SOBRADINHO

Já não me recordo quantos passos,
Passos rápidos ou lentos,
“Tiros” de 100 em 100 metros,
Não me lembro quantos metros percorri em minha vida.
Quem sabe se entre as tantas maratonas,
Quem sabe quantas vezes vi 10 mil metros,
Como meta de chegada.
Quantas noites, quantos dias, quantas horas de sol e de chuva.

Quantas noites do outro lado do mundo,
O que mais queria e rever minha família,
As faixas verdes, as retas e as ladeiras da minha cidade.
Cidade que conheci sem seus prédios,

Quando meus olhos ainda viam um parque que não existia,
Um Jequitibás fruto de apenas sonho,
De uma cidade em volta do seu cemitério quase vazio,
De um setor que viviam árvores e animais.
Quantos passos rápidos em busca da vitória,
Solitariamente percorri,
Em um caminho hoje praticamente esquecido.
De um pinheiral hoje habitado.
Quem sabe que escolhas foram feitas,
Quem sabe por que escolher aqui viver.
Das suas casas, de seus prédios e todo seu verde.

Sobradinho, abraço seu verde,
Meus sonhos aqui ganharam asas,
Formas e passos cada vez mais rápidos,
E aqui descaso meu pés já cansados.
A sobra do Jequitibás.

Por DANIEL ATTA, Advogado, Escritor , Poeta e Colaborador do Jornal de Sobradinho

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