REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA / MORADIA - DF
Valor da regularização em
terras públicas custa três vezes mais que em terras privadas
Moradores de áreas
irregulares questionam o valor cobrado pela Terracap
O início da
regularização de terrenos pela Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal
(Terracap) foi um alivio para a população que vive em áreas irregulares.
Entretanto, o preço cobrado em alguns lotes ainda gera controvérsia.
Em julho de
2017, a Terracap anunciou a venda direta dos lotes do condomínio Ville de
Montagne, no Lago Sul. O valor médio dos lotes ficou entre R$ 195 mil e R$ 199
mil, dependendo da localização no condomínio. Com base em informações da
agência, no primeiro edital foram disponibilizados 956 imóveis e houve adesão
de 95% dos moradores ao programa de regularização. No valor dos lotes
apresentado foi deduzido os investimentos brutos em infraestrutura custeados
pelos moradores e também o valor agregado das benfeitorias, porém alguns
moradores se disseram dispostos a pagar até R$ 150 mil como valor médio. Por
discordar dos termos propostos pela Agência, alguns prometeram ingressar na
Justiça para resolver a questão.
Com essa
ação a Terracap demonstrou a preocupação da agência em tirar da irregularidade
cerca de 30% da população do Distrito Federal. O condomínio Ville de Montagne
foi o primeiro, mas a agência já anunciou outros setores. Como é o caso do
Trecho 3 de Vicente Pires, onde estão localizados 4.178 lotes. No ano passado,
2.992 imóveis foram lançados à venda direta. À época, cerca de 84% dos
moradores aderiram ao plano e garantiram a titularidade dos terrenos. Os preços
variaram de R$ 33.590 a R$ 134.400.
No dia 26 de
abril, mais um condomínio teve o edital de chamamento para as vendas diretas
publicado pela Terracap. O valor dos lotes do condomínio Solar de Brasília, na
região do Jardim Botânico, girará em torno de R$ 188 mil, após o abatimento dos
gastos de infraestrutura feitos pelos moradores e da valorização decorrente
desses investimentos. Mais de 1.250 famílias serão contempladas com a
regularização de seus lotes.
Regularização em terras
privadas
No cenário
da regularização em áreas privadas, a Urbanizadora Paranoazinho (UPSA) é a
responsável pelo processo na região do Colorado-Sobradinho, onde estão
localizados mais de 50 condomínios, 6 mil lotes e cerca de 25 mil pessoas. Para
regularizar a área a empresa desenvolveu seu próprio método de regularização
fundiária, que permitiu a aplicação de valores menores do que lotes em áreas
públicas. O percentual de diferença pode chegar a 65% no comparativo entre o
valor do metro quadrado na área pública e na área privada.
Por se
tratar de uma área privada, os terrenos regularizados pela empresa não são
obrigados a seguir a lógica de preço aplicado pelo mercado. “Os preços
estabelecidos pela Urbanizadora são muito mais baixos porque possuem uma série
de subsídios para que o morador possa regularizar o lote." Ricardo
Birmann, diretor-presidente da UPSA. Segundo Birmann, o valor cobrado pela UPSA
pelo metro quadrado é de R$ 120.
Rogério de
Aquino, morador do Império dos Nobres, condomínio localizado dentro da área da
UPSA, já possui sua escritura e recorda que adquiriu um lote no local
principalmente por conta do preço e do processo de regularização iniciado pela
empresa. “O valor cobrado pela empresa sobre o lote é bem abaixo do que é
cobrado em condomínios em terras públicas”, afirma Rogério.
Sobre o
processo de regularização, Ricardo Birmann afirma que a cada seis famílias da
região, pelo menos, duas têm escrituras de seus lares ou já assinaram contrato
com a Urbanizadora. Os moradores podem financiar o pagamento em até dez anos a
partir da escritura diretamente com a UPSA. “Mas as famílias estão livres para
buscar outras fontes de crédito no mercado.” Se o financiamento for a opção, a
garantia da transição é o próprio lote, que fica alienado à Urbanizadora.
Moradores interessados podem assinar um pré-acordo, em que a UPSA se compromete
a manter o valor negociado até a data da escritura.
(*) Fonte: Karolina
Kopko / santafeideias.com.br
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