Meio Ambiente / Reciclagem / Região Norte do DF
Pneus não utilizados são reciclados por
moradores de Sobradinho I
Reciclagem está
espalhada pelas cidades de Sobradinho I , II, Fercal e Guará.
(*) Bruno Ramos
Dois moradores de
Sobradinho I decidiram dar uma nova vida a todos os pneus velhos. A ideia é
simples: todo pneu que não seria mais aproveitado, seja de carro, bicicleta,
moto ou caminhonete, é coletado pelos dois moradores que com a criatividade dão
outras formas para os pneus. Os trabalhos de ambos estão em escolas, parques,
creches e nas ruas.
Um pneu pode rodar até
70 mil quilômetros em um automóvel. Geralmente são feitos com uma mistura de
borracha natural, borracha sintética, poliéster, aço e nylon. Todo esse
material, depois de descartado, pode demorar mais de 100 anos para se decompor
na natureza e isso pode gerar um impacto ambiental muito grande.
No Brasil, no ano de
2016, foram produzidas mais de 6 milhões de unidades de pneus, seja de carros
de passeio, moto e caminhonete. Em 2016, foram vendidas mais de 70 milhões de
unidades de pneus, de acordo com dados da ANIP (Associação Nacional de
Indústrias de Pneumáticos). De acordo com dados da Reciclanip – empresa criada
pelas fabricantes de pneus para fazer coleta e reciclagem – no ano de
2016, a empresa que é responsável por coletar pneus que não serão utilizados
recolheu mais 383 mil toneladas de pneus não reversíveis.
No Distrito Federal no
ano de 2016, o Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU) recebeu
voluntariamente 4 mil toneladas de pneus. De janeiro ao início de março de 2017,
o SLU contabilizou aproximadamente 518 toneladas.
Ilton dos Santos teve
a primeira ideia do projeto. Ele conta que depois de ver a quantidade de pneus
abandonados poluindo o meio ambiente, além de proliferar mosquitos, decidiu
criar desenhos com os pneus usados dando uma nova utilidade às borrachas. “Eu
já plantava algumas mudas em casa. Depois que vi que existiam pneus que seriam
jogados na natureza, decidi utilizar as mudas que plantava em casa nestes
pneus. A mensagem que queremos passar é que, se quisermos, podemos preservar o
meio ambiente de forma simples e ao invés de jogar fora, dar uma nova utilidade
ao material”, conta. Com relação aos valores, o preço para pessoas particulares
pode variar entre 70 e 100 reais de acordo com a dificuldade do desenho pedido.
Os trabalhos de Ilton e Nelson estão espalhados por
toda cidade
Utilizando tinta a
óleo e um pincel, o artista Nelson Rodrigues, 40 anos, conta que as pessoas
pedem e dão ideias para os desenhos nos pneus. “Primeiro pintamos o pneu com
tinta branca para dar um fundo e depois pintamos com as tintas coloridas. Em
relação a questão do meio ambiente, eu vejo que muitas pessoas já estão tomando
consciência. A partir do momento que ela vê uma pessoa reciclando um objeto ela
acaba abrindo a mente e abraçando o trabalho positivamente. Nosso trabalho é
feito por conta própria, não temos apoio do governo o que torna as coisas
bastante difíceis porque é função do governo também educar a população”, conta
Rodrigues.
Alguns trabalhos são inspirados em desenhos
infantis
Borracheiro em
Sobradinho há mais de 10 anos, Edvaldo Martins, 55 anos, conta que todo pneu
que é descartado pela borracharia é reutilizado ou doado. “Grande parte do pneu
que é descartado aqui, a gente dá para a reciclagem ou reaproveitamos de algum
modo. Sempre penso na importância de jogar fora um material desse e sei que
polui o meio ambiente além de acabar proliferando mosquitos como o Aedes
aegypti”, conta.
(*) Fonte Bruno Ramos (texto
e fotos) / IESB
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