ARTIGO por Henrique Matthiesen
TRIBUNAL DE INQUISIÇÃO
A história da
humanidade está entrelaçada pelo litÃgio. Por sermos seres uno temos
intrinsecamente opiniões e conceitos dessemelhantes aos nossos pares.
Em uma sociedade
civilizada e avançada encaramos isso com naturalidade,porquanto a
desuniformidade ao invés de criar problemas gera progresso,afinal o
multiculturalismo é marca indelével da espécie humana.
O Estado surge, neste
contexto, para arbitrar aquilo que extrapola do dito civilizatório, quando
ultrapassamos os limites da razoabilidade, e as menções preestabelecidas em lei.
Neste sentido surgem
os tribunais que têm sua origem muito imprecisa, devido à falta de acervos
históricos por estarem ligados à s raÃzes do Direito, e consequentemente do
Estado, dentre outros.
Pródigos na história tivemos
inúmeros tipos de tribunais: sejam da Inquisição, de Guerra, do Júri,- muitos dos quais a serviço das mais bárbaras
ambições humanas - completamente
divorciados de qualquer sensatez.
Modernamente
inauguramos um novo tipo de tribunal. Mais perverso, menos racional,mais
segregado, e densamente idiotizado. As redes sociais funcionam como o mais
mortÃferoe primitivo tribunal de inquisição criado pela espécie humana.
É possÃvel arruinar
biografias na velocidade da instantaneidade, sem direito à defesa alguma, algum
critério ou senso de equidade.
A era das redes
sociais está correlata ao retrocesso intelectual, de um tempo sem lastro, com a
racionalidade humana.
Os instintos mais
primitivos afloram ao sabor do preconceito, da segregação social, do racismo,
ou simplesmente do ódio de classe.
O vale-tudo das redes
sociais obedece, sistematicamente, a manipulação nefária dos interesses
espúrios de grupos sociais que buscam imposição através da forçaé desprovida de
ética, moral ou senso democrático.
Criminalizam
ostensivamente seus algozes, queimam indistintamente na fogueira inquisitória
seus contrários, agridem ininterruptamente seus dessemelhantes e constrangem,
irresponsavelmente,seus alvos.
Esse é o novo tribunal
inquisitório da era contemporânea.
Por Henrique Matthiesen (foto) Bacharel em Direito, Jornalista e Colaborador do Jornal de Sobradinho
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