SAÚDE DF
Saúde reorganiza o acesso
aos prontos-socorros
Com a medida, casos
mais simples serão direcionados a uma UBS. Pessoas com quadro clínico grave
terão atendimento facilitado nos hospitais.
Agora, quem
procurar um hospital da rede pública de saúde em situações de baixa
complexidade será orientado a buscar a unidade básica de saúde (UBS) mais perto
de casa.
O protocolo,
instituído pela Portaria n° 386, de julho de 2017, que reorganiza os procedimentos
dentro do pronto-socorro, entrou em vigor em 3 de novembro.
Assim, os
prontos-socorros passam a ter quatro unidades principais:
de medicina
de emergência (antiga clínica médica)
de trauma,
para pacientes que sofreram acidentes
de
emergência obstétrica, para gestantes
de
emergência pediátrica, para atendimento emergencial a crianças
Além dessas,
mais duas atendem por livre demanda — a ortopedia e a oftalmologia.
Os setores,
no entanto, não estão todos presentes em locais como o Hospital Regional de
Samambaia e o Hospital Materno-Infantil de Brasília (Hmib). Essas duas unidades
atenderão, respectivamente, emergência obstétrica e medicina de emergência; e
emergência obstétrica e pediátrica.
Segundo o
coordenador de Atenção Especializada da Secretaria de Saúde, Fernando Uzuelli,
a nova estrutura alinha o modelo de assistência do DF com práticas adotadas em
países como Inglaterra, Austrália e Canadá. “São lugares com medicina
socializada de boa qualidade, onde a ideia de ter vários especialistas na porta
de entrada desaparece.”
No caso do
Hospital de Base do DF, por exemplo, passa-se a ter duas unidades de
emergência, com a medicina emergencial e o centro de traumas. O atendimento de
ortopedia e oftalmologia também continua, mas direcionado a pacientes mais
graves.
Mudança na
forma de acesso à saúde pública fortalece a atenção primária e desafoga
emergências dos hospitais
As
alterações na forma de acesso aos prontos-socorros são mais um passo na
reestruturação da rede pública de saúde, com o fortalecimento da atenção
primária.
Para que o
referenciamento dos pacientes com menor complexidade — classificados como de
riscos azul ou verde — seja para as unidades básicas de saúde, foi preciso que
elas passassem antes por uma série de adequações.
Além de
passar aos poucos a funcionar exclusivamente dentro da Estratégia Saúde da
Família, as UBS tiveram atendimento ampliado, o que facilita o acesso do
paciente.
Na visão de
Uzuelli, isso é fundamental para que as modificações sejam possíveis. “O processo
de conversão foi a primeira medida e a mais importante. Todas as outras fazem
parte de uma reestruturação do serviço segundo a atenção básica.”
A
regulamentação para os serviços de emergência ocorre de acordo com a
classificação de risco, que identifica os sintomas do paciente e determina o
atendimento necessário diante da gravidade do caso. De acordo com o
coordenador, trata-se de procedimento de enfermagem.
Caso o
paciente apresente algum sintoma crônico, mas de baixa complexidade, em um
horário em que não seja possível o atendimento em UBS — como à noite ou aos
fins de semana — deve-se procurar uma unidade de pronto atendimento (UPA).
Medida deve
desafogar emergências
Toda a
reorganização do fluxo de pacientes possibilita que a rede priorize o atendimento
de emergência para quem realmente precisa dele.
70%
Porcentual
de crianças que procuram o hospital quando o quadro clínico, de baixa
complexidade, recomenda atendimento em UBS
Segundo a
secretaria, a maior parte dos casos que atualmente chegam aos prontos-socorros
tem a possibilidade de ser tratada na atenção primária.
Para o
coordenador de Atenção Especializada, a portaria, então, se propõe a resolver o
problema de superlotação dos prontos-socorros da rede.
No caso do
Hmib, por exemplo, ele calcula que cerca de 70% das crianças que procuram o
hospital poderiam estar em UBS por ser o quadro clínico de baixa complexidade.
O Hmib tem
um custo alto, explica o coordenador, por tratar crianças extremamente
prematuras, com doenças raras ou que demandam cirurgias complexas. “Atualmente,
o hospital acaba fazendo atendimento, por exemplo, de diarreia, resfriado e
febre, que poderiam tranquilamente ser atendidos por uma UBS”, conclui.
A portaria
define que a unidade pediátrica é destinada a atender qualquer urgência de
pacientes de até 14 anos incompletos, com quadros agudos de emergência não
traumática.
São
prioridades casos como os de pacientes inconscientes; com insuficiência
respiratória ou cardiocirculatória; com crise convulsiva; ou vítimas de afogamento.
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