ARTIGO
Integridade de caráter
(*) Henrique
Matthiesen
Algumas questões na existência humana não podem ser
divisíveis, mutáveis e incertas. Ou se mantêm compactas em sua integridade ou
perdem sua função.
O caráter, na contemporaneidade, é visto como virtude que
não vem com a nossa nascença. É possível apreender. Sua expressão tem em seu imo o conceito de
vir, o que nos leva à acepção de onde vem.
Assim como a temperança, a virtude é um valor ético que
necessita estar em prática, em constante provação, para seu aperfeiçoamento,
para sua aplicabilidade.
Já as características adjacentes, as formas de agir e
reagir, o nexo de atitudes forma o caráter do indivíduo. Todos somos formados
de vícios e virtudes, mas não temos a prerrogativa de flexibilidade no caráter.
Ou se é bom caráter ou se é mau-caráter.
Atributo permanente do mau-caráter é sua infidelidade,
seu ato atraiçoado de agir com seus “companheiros e com sua própria essência”.
Todo ser desprovido de caráter é desleal, falso, pérfido e traidor. Age carente
do sentimento de lealdade, de companheirismo, e as circunstâncias momentâneas
sem lastro e sem responsabilidade são seus guias.
Morno na essência, desonesto na ação, o despojado de
caráter é covarde, bajula os que os podem oferecer benesses; e é morno ou
arrogante os que não o beneficiam diretamente.
John Wooden, consagrado jogador e treinador de
basquetebol já nos alertava: “Preocupe-se mais com o seu caráter do que com sua
reputação. Caráter é aquilo que você é, reputação é apenas o que os outros
pensam que você é.”
Escravos da reputação do floreio galanteador da adulação,
flexibilizamos o caráter e nos tornamos iníquos, tirânicos, corruptos em nossas
ações.
Olvidamos da virtude e caímos descaradamente nos vícios
da contemporaneidade, das frivolidades.
Perdemos a referência e buscamos apenas o cômodo sucesso
ao invés de sermos uma pessoa de valor. Deslembramos acintosamente que o
caráter é um vaticino de nossa fortuna, e quanto maior a inteireza, probidade,
integridade que temos e mantemos, mais simples e altivo este destino tem
probabilidade de ser magnânimo.
Afinal, ter ou não ter caráter é uma questão de opção.
(*) Por Henrique Matthiesen (foto) , Bacharel em Direito,
Jornalista e colabora com o Jornal de Sobradinho
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