CULTURAL/TEATRO: VEM AÍ , A PEÇA GALILEU GALILEI - "LEBEN DES GALILEI" de Bertolt Brecht
Direção
de Cibele Forjaz
Com Denise Fraga,
Ary França, Lúcia Romano, Théo Werneck,
Maristela Chelala, Vanderlei Bernardino, Jackie Obrigon,
Luís Mármora, Silvio Restiffe e Daniel Warren
Depois do sucesso absoluto de temporada de 2015,
Denise Fraga traz para Brasília a peça Galileu Galilei, de Bertolt Brecht, eleita Melhor Comédia de 2015
pelo Prêmio Arte Qualidade de Teatro e vencedora do Prêmio Governador do Estado
de SP para Cultura, para a diretora Cibele Forjaz.
Quando
protagonizou a produção “A Alma Boa de Setsuan”, texto de Bertolt Brecht que
resultou em grande sucesso, a atriz Denise Fraga leu outra dramaturgia de
autoria de Brecht, Galileu Galilei. “Cada
vez que eu lia o texto, um frisson invadia meu peito. A origem de um projeto de
teatro para mim é quase como uma fofoca. Ao ler a obra, é como se eu escutasse algo no ouvido que eu
não pudesse deixar de passar adiante”, explica ela. O resultado desse sussurro
inspirador é uma superprodução que já percorreu doze cidades e cumpriu
temporada de sete meses em São Paulo, inclusive em CEU’s, colégios da periferia
da cidade, e foi visto por mais de 80 mil pessoas. Agora, o espetáculo desembarca em Brasília para curta temporada, de 29
de abril a 1º de maio, no Teatro Unip.
Depois
de tomar coragem, Denise decidiu interpretar o grande cientista italiano
redesenhado por Brecht, que aliou humor e ironia aos fatos históricos e
expandiu seu texto para além dos acontecimentos. Dono de um texto popular,
Brecht acreditava no poder de divertir para se comunicar
Para
dar corpo ao projeto, Denise Fraga convidou Cibele Forjaz para assinar a
direção, com quem já tinha trabalhado, na leitura de Ponto de Partida, de
Gianfrancesco Guarnieri. “Quando Denise me convidou, juntou a fome com a
vontade de comer: o desejo de voltar a trabalhar com ela e a vontade de
revisitar Brecht, que já havia montado no final dos anos 90”, destacou Cibele.
Fã do autor, a diretora enxerga em sua protagonista uma atriz incansável, uma
operária do teatro. Denise, por sua vez, acredita que Cibele é dona de uma
sensibilidade que eleva a caixa cênica à dimensão dos sonhos.
Segundo
a atriz, a grande estrela de Galileu
Galilei é o poder da palavra. A clareza de raciocínio, o humor, o percurso
da história, que conduz a um estado de reflexão. Se, em “A Alma Boa”, a questão principal era: “Como ser bom e ao mesmo
tempo sobreviver no mundo competitivo em que vivemos?”, em Galileu Galilei, ela extrapola os limites do individual e pergunta:
“Como posso ser fiel ao que penso sem sucumbir ao poder econômico e político
vigente? Como contribuo para o avanço social sem me preocupar unicamente com
meu conforto individual?”
O espetáculo propõe uma reflexão
sobre o que somos, o que viramos, o quanto abandonamos de nós, a luta de
classes, o “ser mandado” e “ser patrão”, a tirania do poder econômico, as
liberdades de escolha e o preço a pagar por elas. “O que eu espero é divertir
as pessoas com um espetáculo festivo e fazê-las sair do teatro pensando em qual
será a nossa alternativa para escapar desta areia movediça. Reiterar a fé na
ideia de que o conhecimento e a razão humana ainda são os melhores instrumentos
de luta contra a repressão, a injustiça, a miséria e o único caminho possível
para o avanço social”, acredita Denise.
Sinopse
Na
Itália do século XVII, Galileu consegue construir um telescópio mais potente do
que os já existentes e explora o céu de forma inédita. Com os satélites de Júpiter,
ele finalmente comprova a doutrina de Copérnico, de que o Sol seria o centro do
Universo e a Terra se moveria ao redor dele. Galileu passa a defender e a
propagar esta ideia, apesar de saber que contrariava os preceitos da
Igreja. Movido por sua nova e científica
verdade, o genial estudioso viu os poderosos virarem as costas para os fatos
que comprovava. Em tempos de Contra Reforma, como postular que Deus não era o centro do universo? Nem
mesmo o prestígio e as amizades influentes o protegeram: Galileu foi perseguido
pela Santa Inquisição, processado duas vezes, ameaçado de tortura e obrigado a
negar publicamente suas descobertas. Somente três séculos depois de sua morte,
o processo foi revisto e ele recebeu absolvição por parte da Igreja.
Brecht coloca em xeque o herói, seu
significado social, a discutível necessidade de sua existência numa sociedade
que compromete a liberdade em seus inevitáveis jogos de poder. Com isso, chama toda a plateia para
compartilhar de sua questão. “Galileu Galilei nos faz acreditar que a
história do mundo foi construída por homens que tinham suas fraquezas e suas
dúvidas misturadas a seus atos de coragem e clareza”, atesta Denise.
Montagem
O espetáculo da diretora Cibele Forjaz desvenda o fazer
teatral diante do público, com atores que manipulam o cenário e fazem a
contrarregragem diante do público. Juntos, os dez atores trazem à cena uma
profusão de formas, conceitos, parodias grotescas, cenas pungentes, emoção e
riso, um estranhamento carnavalizado com a intenção de, talvez, criar um
espetáculo genuinamente épico brasileiro.
O elenco mistura atores parceiros de longa data de Denise e de Cibele:
Ary França, Lúcia Romano, Théo Werneck, Maristela Chelala, Vanderlei
Bernardino, Jackie Obrigon, Luís Mármora, Silvio Restiffe e Daniel Warren estão
em cena para contar a saga do cientista.
A
trilha sonora de Lincoln Antônio e Théo Werneck cria novas canções, ambientes
sonoros e reinventa músicas originais de Hanns Eisler para a obra original de
Brecht. Márcio Medina cria um espaço cenográfico que valoriza as inúmeras
analogias ao movimento circular sugerido pelo texto. Os figurinos de Marina
Reis passam pela Renascença e chegam até o futuro próximo, ora identificando
épocas, ora sugerindo a atemporalidade das questões. A luz de Wagner Antônio
contribui para criação de climas e espacialização, valorizando a ótica e a luz tão estudadas por Galileu.
Ficha Técnica:
Direção
Artística: Cibele Forjaz
Adaptação/Dramaturgia:
Christine Röhrig, Cibele Forjaz,
Maristela Chelala e Denise Fraga
Elenco: Denise Fraga, Ary França,
Lúcia Romano, Théo Werneck, Maristela Chelala, Vanderlei Bernardino, Jackie
Obrigon, Luís Mármora, Silvio Restiffe e Daniel Warren
Cenografia:
Márcio Medina
Trilha
Sonora: Lincoln Antônio e Théo Werneck
Iluminador:
Wagner Antonio
Figurinista: Marina Reis
Visagista:
Simone Batata
Preparação
Corporal e Coreografia: Lu Favoretto
Preparação
Vocal: Andrea Drigo
Fotos:
João Caldas
Programação
Visual: Philipe Marks
Produção
Executiva: Lili Almeida
Direção
de Produção: José Maria
Produção:
NIA Teatro
Currículos
Denise Fraga
Atriz,
autora de dois livros e produtora de teatro e cinema.
Entre os espetáculos teatrais em que atuou,
destacam-se “Chorinho”, “Sem Pensar”, “A Alma Boa de Setsuan”, “A Quarta
Estação” e “Trair e Coçar é só Começar”.Na televisão, desenvolveu diversos
programas para o Fantástico na TV Globo, entre eles o quadro “Retrato Falado”,
no ar por 8 anos, além de atuar em novelas, humorísticos e minisséries. Seus
últimos trabalhos nesta linguagem foram os seriados “3Teresas” para GNT e “A
Mulher do Prefeito” pela TV Globo, ambos em 2013.
No cinema, atuou em mais de 12 longa-metragens,
entre eles: “Por trás do Pano”, “Cristina Quer
Quer Casar”, “As Melhores Coisas do Mundo” e “Hoje”.
Em todas as linguagens, conquistou importantes
prêmios nacionais e internacionais, como Grande Prêmio Brasil, Festival de
Cinema de Gramado, Prêmio APCA, Festival Internacional de Cinema Latino
Americano de Havana e o Candango no Festival de Cinema de Brasília.
Atualmente é colunista da Folha de São Paulo e
da Revista Crescer.
Cibele Forjaz
Diretora e iluminadora teatral.
É docente e pesquisadora do Departamento de Artes
Cênicas da ECA/USP desde 2006, onde leciona iluminação e direção teatral.
É diretora artística do grupo de teatro Cia. Livre, com o qual encenou os
seguintes espetáculos: "Toda Nudez Será Castigada", de Nelson
Rodrigues (2000/01); "Um Bonde Chamado Desejo", de Tennessee Williams
(2002,); "Arena Conta Danton", de Fernando Bonassi (2004/06); "VemVai
- O Caminho dos Mortos", dramaturgia de Newton Moreno a partir de mitos e
cantos de povos ameríndios (2007/09); "Raptada pelo Raio", de
Pedro Cesarino (2009/2010), "A Travessia da Calunga Grande",
texto de Gabriela Almeida (2012), Cia.Livre Conta Kaná Kawã, livre
recriação de Pedro Cesarino do mito-canto Kaná Kawã do povo
Marubo (2014) e "Maria que Virou Jonas ou A Força da
Imaginação”, de Cássio Pires (2015). Em parceria criativa entre a Cia.Livre e
outros grupos e artistas-criadores: dirigiu, entre outros:”Woyzeck”, de Georg
Büchner (com Matheus Naschtergaele, 2002/03); "Rainha [(S)] Duas Atrizes
em Busca de um Coração" de Cibele Forjaz, Georgete Fadel e Isabel Teixeira
(2008/2011), "Bruta Flor", de Claudia Schapira (com o Núcleo
Bartolomeu de Depoimentos, 2009), "O Idiota - Uma Novela
Teatral", adaptação do romance de Dostoievski (com a Mundana Companhia,
2010/12), "Madame B", de Jorge Louraço (Com Mariana Senne e Yeltxu,
2012/13), Xapiri Xapiripë - Lá onde a gente dançava sobre espelhos", com a
Cia.Oito Nova Dança (2014). Ganhou vários prêmios, entre eles, APCA 1989,
Mambembe 1996, APCA 1998, Qualidade Brasil 2002, APCA e Shell 2004, Shell 2007
e APCA 2010.
SERVIÇO:
GALILEU GALILEI
DATA: 29 e 30 de
abril e 1o. de maio de 2016.
LOCAL: Teatro Unip
ENDEREÇO: Conjunto B -
SGAS Quadra 913, s/nº - Asa Sul
TELEFONE: 2192-7080.
DIAS E HORÁRIOS: 29 e
30 de abril (sexta e sábado), às 21h, e 1º de maio (domingo), às 19h
DURAÇÃO: 130 minutos
INGRESSOS: R$70,00 (inteira)
e R$ 35,00 (meia entrada), à venda na bilheteria do teatro, em dias de
apresentação, pelo site www.ingressorapido.com, e na Central de Ingressos do
Brasília Shopping.
Desconto de 50% para compra de até 02 (dois)
ingressos (inteira) para Clientes Bradesco, Avianca e Clube de Vantagens
Correio Braziliense. Descontos não cumulativos.
CAPACIDADE: 500
espectadores
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: Não recomendado para menores de 12 anos.
INFORMAÇÕES: 8172-1960
Este Projeto foi realizado através da
Lei Federal de Incentivo à Cultura
Promoção:
Rádio Nova Brasil FM
Transportadora
Oficial: AVIANCA
Patrocínio
Exclusivo: BRADESCO
Realização: Ministério da Cultura e Governo Federal do
Brasil – Pátria Educadora
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