AO MESTRE COM CARINHO
O
professor é como um artista
O professor
é como um artista. É um artista. A cada apresentação, um público, um sonho, uma
vida. Erros e acertos são sempre presentes no dia-a-dia da vida do artista, do
professor. Por mais que esteja em sala de aula há 20, 30 anos, cada palavra é
uma palavra nova, cada rosto é um rosto novo, cada gesto é um gesto.
Todo
professor passa por uma sensação parecida como aquela das borboletas no
estômago quando o carro desce rapidamente uma pequena elevação, ou quando o
avião arremete rapidamente para fugir da nuvem de chuva. Frio na barriga. Basta
começar a semana pedagógica, antes do primeiro dia de aula, que a boca fica
seca. A noite anterior à primeira é sempre difícil, ansiedade.
Mas basta o
primeiro bom dia dito em tom maior que os dois pés começam a pisar o chão com
firmeza e a voz, antes trêmula, firma o pulso e começa a se espalhar pela sala
de aula. O artista, o professor, pode começar o show.
E não
adianta, todo ano é a mesma sensação. A cada nova turma isso pode (e deve)
acontecer. Mas qual é a razão? Por que isso acontece com os professores, mesmo
os mais experientes?
Isso é fácil
de concluir, se pensarmos que a questão não é com o professor, de fato,
unicamente. E sim, também, com os alunos, com as pessoas que estarão
compartilhando todas as manhãs da semana com a escola, com as pessoas ao redor.
São, da mesma forma, os alunos que fazem com que isso aconteça. Quem são os
alunos? Qual a expectativa deles sobre o que o professor vai falar? Como
atingir suas idéias, mudá-las, reforçá-las, contrariá-las e apoiá-las? Essa é a
questão. Elementar, meu caro.
Cada sala de
aula é um mundo diferente do outro. As turmas podem estar na mesma série, no
mesmo corredor da mesma escola e, ainda assim (e naturalmente), serão
diferentes. A cada aula (mesmo sendo com o mesmo conteúdo) os caminhos do
conhecimento enveredam-se por vias próprias. Não tem como ser diferente: as
pessoas são diversas na sua individualidade e transformam o coletivo também em
conjuntos variáveis.
Sendo assim,
será que existe alguma maneira do professor preparar-se para não ser surpreendido
pela diferença das turmas? Como fazer para que o mesmo conteúdo seja dado em
salas diferentes?
A relação
entre o professor e seus alunos (na forma coletiva da sala de aula) é uma
relação humana. E como em qualquer relação humana, sempre existem interpretações
diferentes entre as pessoas a respeito um do outro. Essa é uma forma natural de
relacionamento. Desse modo, pode-se pensar na relação entre o significante e os
possíveis significados, abordado por Roland Barthes, por exemplo.
Nesse
processo (significante e significado), entende-se que o professor vê
significados diferentes para os significantes (alunos) pensando, pelo menos, de
duas maneiras: a diferença entre os alunos quando são tratados individualmente
ou coletivamente e também de uma sala para outra.
Da mesma
maneira que o professor vê seus significantes (alunos) com significados
diferentes, os alunos fazem com o professor. Ele também é visto, portanto, como
um símbolo passível de várias interpretações, diversos significados para o
mesmo objeto. Isso pode variar também de turma para turma e de maneira
individual ou coletiva.
Essa relação
(essa troca de interpretações) faz com que haja uma, ou várias, diferenças
entre uma turma e outra. E, dessa forma, faz com que o desafio do professor
aumente de tamanho todo começo de ano. É um grande embate.
Naturalmente
que a razão das diferenças de uma turma para outra não se baseia unicamente à
essa relação. Pode-se pensar em diversas outras razões. Uma delas é a diferença
sócio-econômica que pode decretar as diferenças as quais o professor vai
enfrentar. Assim como as diferenças culturais e pedagógicas. Essas diferenças
acontecem de forma natural (salvo exceções às escolas que determinam suas salas
por algum critério supracitado) e, portanto, dificilmente de fácil precaução.
Antes de o
professor pisar em uma sala de aula todo início de ano, todas essas informações
(diferenças sociais, culturais, individualidade, coletividade, significados e
significantes etc.) passam por sua cabeça. Não necessariamente de forma
consciente e demorada, mas, de uma forma ou de outra, o professor sabe dessas
possibilidades e sabe também que precisa estar preparado para enfrentar essa
situação. E mais do que isso: tirar proveito dessa diversidade. Essa preparação
faz parte da profissão de ser professor. Não basta conhecer o assunto a ser
tratado, ele precisa saber lidar com o ser humano e toda sua complexidade.
O ponto
principal nessa história toda é outro, mais uma vez. A diferença deve ser vista
como o próprio combustível que alimenta a vontade de alguém em ser professor! A
preparação para estar diante de turmas com pessoas diferentes é justamente
deixar-se ser surpreendido. Deixar as palavras caírem a sua maneira nos ouvidos
e pensamentos dos alunos individualmente e deixá-los transformar em coletivo.
Um diferente do outro. Essa surpresa que faz o frio na barriga aparecer, faz do
professor – do artista – professor.
Origem do
dia do Professor no Brasil
No dia 15 de
outubro de 1827, o imperador D. Pedro I
assinou a primeira lei sobre ensino primário no país. (Dia consagrado a
educadora Santa Tereza D’Avila)
Parece que o
Dia do Professor foi festejado pela primeira vez em 15 de outubro de 1933, com
missa e sessão cívica no Instituto de Educação do Rio de Janeiro. A iniciativa
partiu da Associação dos Professores Católicos do Distrito Federal (APC-DF) e
chamou-se Dia do Primeiro Mestre. A idéia veio do presidente da Associação,
Everardo Backheuser, com objetivo de dar às pessoas ocasião para que
demonstrassem sua gratidão ao seu primeiro professor ou professora.
A primeira
comemoração de um dia inteiramente dedicado ao professor foi posta em prática
em São Paulo, numa pequena escola da Rua Augusta, onde existia o Ginásio
Caetano de Campos, por iniciativa de quatro professores, em 15 de outubro de
1947. A sugestão da data foi feita pelo professor Salomão Becker - data em que,
na sua cidade professores e alunos traziam doces de casa para uma pequena
confraternização na escola – a Escola Normal Oficial de Piracicaba.
A
celebração, que se mostrou um sucesso, espalhou-se pela cidade e pelo país nos
anos seguintes, até ser oficializada nacionalmente como feriado escolar pelo
Decreto Federal 52.682,
DECRETO nº
52.682, de 14 de outubro de 1963.
Declara
feriado escolar o dia do professor.
O PRESIDENTE
DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL, usando das atribuições que lhe
confere o item I do artigo 87 da Constituição Federal, Decreta:
Art. 1º O
dia 15 de outubro, dedicado ao Professor fica declarado feriado escolar.
Art. 2º O
Ministro da Educação e Cultura, através de seus órgãos competentes, promoverá
anualmente concursos alusivos à data e à pessoa do professor.
Brasília, 14
de outubro de 1963; 142º da Independência do Brasil; 75º da República.
João Goulart
Felicitações
aos Educadores, aos Instrutores dos Centros de Formação de Condutores no
importante papel de formar motoristas conscientes e mais humanos, esperamos que
os governantes vejam a Educação com
prioridade, valorização - a real formação do cidadão.
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