Saúde não pode esperar
Todo
governo ao assumir um mandato, precisa de um tempo para se adequar e colocar a
casa em ordem. É natural. Mas o que estamos assistindo no Distrito Federal são
seis meses de um governo inerte e sem rumo.
Além
da dificuldade em encontrar os recursos públicos que existiam em caixa nos dias
que seguiram à posse, o governo ainda não começou a oferecer os serviços
públicos que o povo do Distrito Federal precisa. Desde o princípio do ano,
várias greves colocaram em risco a prestação de serviços essenciais à
população, sob alegação da falta de recursos. três dias, assistimos a cidade
ser tomada por um caos completo com a greve, legítima, dos rodoviários e que
o secretário de Mobilidade afirmou não
ser da responsabilidade do governo, e sim da iniciativa privada. Mas nada nos
deixou tão perplexos quanto o caos observado na saúde do Distrito Federal.
Desde
maio o governo tenta esconder um surto de bactérias multirresistentes que
vitimaram quatro idosas e a Secretaria de Saúde investiga se a morte de um
recém-nascido na UTI neonatal da Ceilândia também não teria sido motivada por
uma superbactéria. O plano de enfrentamento ao surto, cobrado pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde abril, foi apresentado na
última terça-feira (10/6), depois de ter sido anunciado para a segunda (9/6).
Durante o apresentação, o secretário disse que a proliferação dos organismos
multirresistentes foi causada por falta de higiene. O plano previa um controle
maior de higiene nos hospitais e a manutenção de medicamentos adequados nos
estoques. Os veículos de comunicação, nos dias que seguiram ao anúncio,
mostraram hospitais sem álcool em gel e sem materiais de limpeza e higiene
pessoal. Diante de tantas faltas, o governo ainda mantem 50% dos recursos
destinados às unidades de saúde, investidos em aplicações financeiras, como se
pudesse haver investimento mais importante que o feito na saúde, dignidade e
qualidade de vida da população.
Diante
de situação tão grave, convidei o secretário de Saúde para ir à Câmara
Legislativa e explicar para nós, representantes da população, quais as medidas
o governo tomará para conter o surto de bactérias e estou propondo que seja
criada uma Frente Parlamentar ou uma Comissão Temporária para acompanhar as
ações do GDF voltadas à saúde A Câmara Legislativa não pode agir apenas depois
que vidas foram ceifadas. Passou da hora de nós, parlamentares, agirmos com
pulso firme e fiscalizarmos as ações do governo para garantir a dignidade e
eficiência que todos precisam receber no sistema público de saúde.
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