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Abrigo de Sobradinho desiste de mudança após abaixo-assinado de moradores



Casa Santo André ia se mudar da quadra 13 para a 2 em Sobradinho.
Moradores dizem que atendidos pela instituição levariam violência para rua.

Uma casa de acolhimento que atua em Sobradinho, no Distrito Federal, desistiu de mudar de endereço, da quadra 13 para a 2, após um protesto de moradores do local onde ela se instalaria. Eles entregaram para a administração regional um abaixo-assinado com a participação de mais de cem pessoas contra a mudança, alegando um possível aumento da violência.

A Casa Santo André funciona na quadra 13 há cerca de dois anos e conta com outras unidades na capital. Ela oferece hospedagem para 25 pessoas desabrigadas. A instituição ajuda na busca por um emprego, no apoio para tratamentos de saúde e na emissão de documentos, por exemplo. Ela nega trabalhar com menores de idade, dependentes químicos e infratores. Antes de serem aceitos, os acolhidos passam por uma triagem.

O jornalista Rogério Brandão, com residência na quadra 2, disse que a oposição foi fomentada após vizinhos do atual endereço relatarem uma sensação de falta de segurança. "Tem roubo e eles invadem as casas pedindo comida."

A secretária executiva Viviane Serra, também residente da quadra 2, falou que os moradores da quadra 13 relatam uma diminuição na liberdade de ir e vir e arranhões em carros causados por pessoas que rondam a região devido à casa de acolhimento.

"Conhecemos todo mundo da nossa rua. Fazemos festa junina e bazar das costureiras que trabalham aqui. Os moradores de rua ficam perto da Santo André. Aqui ainda é perto da Vila Dnocs, então temos medo de que crie um elo e um ponto de droga", disse.

Apesar de ser contrária à mudança, Viviane elogiou o projeto. "É muito bonito e necessário para a sociedade. Só teria de ter um espaço mais preparado para isso. A casa é a única alugada na rua e é velha e antiga. Os antigos moradores dela, que trabalham na Santo André, falaram que tem paredes rachadas e muita infiltração."

O coordenador da instituição, Cleven Rodrigues, afirmou que a mudança precisa ser feita com o apoio da população e nega as ocorrências. "Não adianta não ter o suporte do pessoal. Agora, tudo isso aí de invadir casas e dos moradores da quadra 13 serem contra é mentira. Posso afirmar com certeza. Inclusive, contamos com o apoio deles. Ajudam e fazem doações."

O 13º Batalhão de Polícia Militar, responsável pela região, disse que não tem registro de maior incidência de ocorrências que possam ser relacionadas à localização da Casa Santo André. O governo informou que a associação é regular e nunca chegou a receber um alvará de funcionamento dela para o novo espaço. Mesmo que uma autorização fosse pedida, ela seria negada, pois a área é residencial, afirmou.
  

Por Luciana Amaral do G1 DF

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