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SAÚDE PARA TODOS

*Júnior Nobre e Joel Pires


Em entrevista concedida ao Jornal de Sobradinho, a diretora da Regional de Saúde, Dra. Joana D'arc Gonçalves da Silva, expôs as metas de gestão:

“Nosso foco maior é o Programa de Atenção Primária à Saúde. Os fatores determinantes em saúde pública devem ser analisados com cuidado, segundo normas e projetos do Ministério da Saúde. Nesse sentido, nosso objetivo é a gestão participativa. A implantação das Unidades Básicas de Saúde em Sobradinho, com academias de saúde e a ampliação do programa nas escolas atendem aos critérios da promoção do bem estar social, com medidas estruturantes. Reforma do Pronto Socorro, construção de um ambulatório de especialidades aqui para o hospital são metas urgentes. Investiremos estrategicamente em programas de saúde da família e em práticas integrativas, no âmbito do projeto de ampliação da rede de atendimento à população de Sobradinho.”

Quantos são os centros de saúde em Sobradinho e como funcionam hoje?



São 03 centros de saúde, uma quantidade insuficiente, porque cada unidade dessas deveria atender a 25 mil habitantes, número bem inferior à realidade de nossa satélite, cuja demanda é de 75 mil atendimentos. Vale lembrar que eles funcionam conforme o modelo tradicional de Atenção Primária à Saúde (APS), dando assistência aos programas de hipertensão, diabetes, nas especialidades de clinica médica, pediatria.

A Atenção Primária à Saúde (APS) é reconhecido no mundo, inclusive nos países desenvolvidos. Como esse programa funciona em nossa cidade?



O Centro de Saúde integra o APS no atendimento às complicações que mais acometem a população, como hipertensão, diabetes, e nas especialidades de clínica médica, pediatria, ginecologia, assim como o pré-natal, a saúde da criança, do idoso. Também há o Centro de Referência para Adolescentes. Atualmente esse modelo de Atenção Primária passa por várias alterações, pois nosso objetivo é uma cobertura de 100% da população de Sobradinho, com vistas à categoria de referência no atendimento estratégico à saúde da família, ou seja, disponibilizando uma equipe de médicos, enfermeiros, dentistas, técnicos e agentes comunitários para cada 3 mil pessoas ou para cada mil famílias.

O número de profissionais é compatível com a demanda?



Recentemente, 5 médicos e 5 enfermeiros foram acrescentados ao quadro de profissionais , constituindo 5 equipes para atendimento em áreas de difícil acesso, como o Condomínio Mini Chácaras, Pólo de Cinema, Queima Lençol e, em breve, Denoc’s.

E o que diferencia esse atendimento domiciliar daqueles que já foram implantados?



Essa modalidade já recebeu vários nomes em gestões anteriores. Hoje almejamos uma rede de atenção primária à saúde, um modelo de Centro de Saúde que comporte um quadro de profissionais das mais variadas especialidades, como clinica médica, pediátrica, ginecológica, pois a comunidade já assimilou essa forma de atendimento. O ideal, no entanto, é essa cobertura para cada mil famílias. Nosso objetivo é ampliar o sistema, ou seja, alcançar 100% da população, o que corresponde a 70 equipes na estratégia do Programa Saúde da Família.

Para a senhora, como deve ser a participação da comunidade nas questões de saúde pública?



O Conselho de Saúde é uma ferramenta de gestão muito importante, pois a comunidade participa do processo. Hoje há vários profissionais que fazem parte desta instância colegiada: médicos, advogados, professores e também pessoas da comunidade, participando ativamente. Este órgão é responsável também pela fiscalização das contas, inclusive da utilização de recursos provenientes do PDPAS.

O que significa PDPAS?



O Programa de Descentralização Progressiva das Ações de Saúde – PDPAS é um aporte financeiro de aproximadamente 250 mil, a cada 3 meses, que utilizamos para compras emergenciais. Esse recurso complementa os gastos em insumos quando o número de cirurgias aumenta. Também serve, em caso de emergência, para a aquisição de medicamentos no atendimento a pacientes graves. Portanto, a prestação de contas é criteriosa. A comunidade está convidada para participar da fiscalização, num processo de transparência na utilização adequada dos recursos destinados à Saúde Pública. O conselho se reúne mensalmente no Hospital de Sobradinho.

Qual a perspectiva em relação à construção do Complexo de Saúde em Sobradinho II?



Conseguimos, com o apoio de várias associações, principalmente junto à Secretaria de Governo, um terreno de 20.000 m² para a construção do complexo. O projeto contemplará a segunda Subsecretaria de Atenção Primária. Providenciamos a documentação necessária para iniciar a licitação, que será realizada já no início do ano. Trata-se de mais uma Unidade Básica de Saúde (UBS), com 7 equipes do Programa Saúde da Família, ou seja, a implantação de mais uma APS. O atual centro de saúde será transformado em um Centro de Especialidade Odontológica e Medicina Alternativa. O complexo de saúde também abrigará um Centro de Atenção Psicossocial (CAPs), uma academia de saúde e uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Faltam médicos em Sobradinho?




As especialidades de clínica médica, ortopedia e pediatria apresentam a maior carência. É necessário esclarecer que hoje temos apenas 13% de cobertura na atenção primária, por isso o hospital acaba fazendo o papel que não é dele, como nos casos de troca de receita. O resultado disso é a superlotação do pronto socorro, sobrecarregando o serviço de atendimento. São apenas 3 centros de saúde, com 3 clínicos por unidade, para 75 mil habitantes, o que é insuficiente para atender a demanda. Os postos contam ainda com dois pediatras e alguns ginecologistas.

Sobre a parceria com outras instituições e com a comunidade, em projetos como a ludoteca, o Hospital de Sobradinho pode ampliá-los?



Pode. É preciso dar um acolhimento mais humanizado, com ludoteca, brinquedoteca, mas a utilização desses equipamentos dentro da área de saúde deve ser bem analisada porque existe o risco de infecção hospitalar. O cuidado se faz necessário. Todavia os “amigos do hospital” são bem vindos, tomadas as devidas precauções. Há pessoas e instituições que nos ajudam nos momentos de dificuldade extrema.

Como está o “banco de leite” de Sobradinho?



Nosso banco de leite é um dos melhores do DF, com recorde de doações. Nós já ganhamos vários prêmios. Em fevereiro, quando for inaugurado o nosso Bloco Materno Infantil, ele vai ganhar um espaço totalmente reformado. Somos referência no Distrito Federal e agradecemos, orgulhosos, ao Corpo de Bombeiros, que auxilia na coleta domiciliar do leite.

Neste ano que se inicia, o que a senhora gostaria de dizer aos moradores de Sobradinho em relação à saúde pública?



Que nós estamos trabalhando. Nosso foco maior é o Programa de Atenção Primária à Saúde. Os fatores determinantes em saúde pública devem ser analisados com cuidado, segundo normas e projetos do Ministério da Saúde. Nesse sentido, nosso objetivo é a gestão participativa. A implantação das Unidades Básicas de Saúde em Sobradinho, com academias de saúde e a ampliação do programa nas escolas atendem aos critérios da promoção do bem estar social, com medidas estruturantes. Reforma do Pronto Socorro, construção de um ambulatório de especialidades aqui para o hospital são metas urgentes. Investiremos estrategicamente em programas de saúde da família e em práticas integrativas, no âmbito do projeto de ampliação da rede de atendimento à população de Sobradinho.

A senhora é natural de Sobradinho?



Sou. Eu nasci neste hospital.

Por Júnior Nobre e Joel Pires - Fotos Júnior Nobre JS

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