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SAÚDE - Mania ou obsessão: Um breve esclarecimento sobre o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)


*Joel Pires da Costa

Você tem manias? Já teve? E quando uma mania vira doença?


O TOC é uma doença crônica classificada como transtorno de ansiedade. O indivíduo acometido por essa moléstia apresenta obsessões e compulsões, sofre de idéias ou de comportamentos que parecem absurdos ou ridículos, mas que são incontroláveis, repetitivos e persistentes.

Trata-se de um problema psíquico grave que afeta cerca de 3% da população e se manifesta sob a forma de alterações do comportamento (compulsões, repetições, evitações), do pensamento (obsessões, dúvidas persistentes, preocupações excessivas) e da emoção (medo, aflição, culpa). É um transtorno que também está associado à ansiedade e à depressão.

O portador desse distúrbio realiza tarefas (ou compulsões) para se sentir aliviado das obsessões. Para os outros, essas tarefas podem parecer simples ou desnecessárias, mas para os que sofrem com a doença, elas ganham uma dimensão inenarrável. Entre as obsessões mais comuns citam-se: a preocupação excessiva com limpeza (lavar as mãos várias vezes ao dia, banhar-se com frequência acima do normal, por exemplo), com conferir coisas (checar repetidas vezes se a porta está fechada, se o gás está desligado, etc.), com repetir atos (alinhar objetos simetricamente, entre outros).

É importante não confundir o TOC com algumas características de personalidade presentes nas pessoas de modo geral, como organização, perfeccionismo, cuidados com a saúde. Para que seja diagnosticada a doença, esses elementos precisam estar presentes em um nível muito elevado, de modo a prejudicar o indivíduo, causando intenso sofrimento psíquico e prejuízo nas suas relações sociais.

A ocorrência desse transtorno não se dá apenas em adultos, em crianças também é comum. Nelas, há comportamentos específicos a serem identificados: medo persistente de doenças ou de acidentes; narração de histórias buscando uma exatidão extenuante; demora na realização de tarefas escolares (pelo excesso de zelo, necessidade de apagar constantemente os exercícios, etc.); inflexibilidade e rigidez nas brincadeiras; ritual diário, repetitivo e exagerado de higiene ou arrumação.

As causas (etiologia) do TOC ainda são desconhecidas. A doença é provavelmente resultante de fatores causais diferentes, biológicos e sociais. Algumas formas de TOC podem estar associadas a uma predisposição genética; outras, por vezes, apresentam-se como casos esporádicos. Sabe-se, contudo, que os portadores dessa doença têm várias características biológicas distintas, que produzem um funcionamento cerebral também distinto. São pessoas mais suscetíveis aos medos, experimentam excesso de responsabilidade, interpretam riscos de forma exagerada e lidam com suas angústias e temores tentando neutralizá-los por meio da realização de rituais ou de evitações.

Como se trata de uma disfunção crônica para a qual não existe cura, o que pode ser feito é o controle da doença por meio de medicação e terapia. Se não for realizado nenhum tipo de tratamento, o TOC pode se intensificar, limitando a vida do portador ao extremo. Logo, a realização de um diagnóstico adequado é imprescindível em qualquer idade, uma vez que o transtorno pode estar associado a outras doenças, como depressão, ansiedade e problemas alimentares. É importante encaminhar os casos suspeitos para que um especialista (psiquiatra) identifique a doença e defina o tratamento.

*Por Joel Pires da Costa - psicopedagogo,professor de Língua Portuguesa e Colaborador do Blog e Jornal de Sobradinho - foto google images.

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