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ENTREVISTA COM EDUARDO BRANDÃO - SECRETÁRIO DO MEIO AMBIENTE


A pasta do meio ambiente não existia no governo passado. Quais são os principais problemas da área?

O grande problema é que não tínhamos políticas públicas ambientais. Pior do que uma pasta que precisa de readequações, nós recebemos algo que não existia. Ouvimos o tempo todo a importância de cuidarmos das próximas gerações e aqui não estamos fazendo nosso dever de casa. Havia um processo fragmentado onde diversos órgãos, por exemplo, exerciam a questão da educação ambiental, por exemplo, sem ter um órgão que ditasse a gestão, a política dessas atuações.

Muita gente falou que o meio ambiente deveria continuar sendo um braço do Desenvolvimento Urbano, o que o senhor achou dessa independência?

O meio ambiente é uma das pautas mais importantes que precisa estar no cotidiano das pessoas. A criança na escola precisa aprender a gastar menos, a poluir menos, cuidar da água, da separação do lixo, produzir menos lixo e nós adultos também precisamos nos conscientizar de todas estas questões ambientais. O assunto do meio ambiente atrelado ao Desenvolvimento Urbano é importante? Sim, mas o meio ambiente não trata apenas de licenciamento ambiental de obras. Nosso projeto é que ele esteja transversal a todas as áreas. Na saúde, com a prevenção e alerta das doenças, em obras, com o licenciamento, nos condomínios, com a conscientização dos moradores, trabalhando a coleta seletiva e outros pontos, no transporte, olhando para a sustentabilidade, para o controle da poluição, garantindo a mobilidade do pedestre e assim por diante.

Como está estruturada a nova secretaria?

Dividimos a pasta em quatro subsecretarias. Uma de políticas ambientais, que cuida dos recursos hídricos, políticas de resíduos sólidos, conselhos — ela é a fundamental. Uma segunda de Sustentabilidade Ambiental, que está voltada a debater questões mais futuras, como a energia solar, ciclovias, o projeto da bicicleta branca, desmatamento, geração de energia, feet de carbono e outros pontos. Uma terceira de Saúde Ambiental, que trabalhará uma medicina preventiva. Trabalharemos junto com a Secretaria de Saúde combatendo problemas comuns em Brasília como a catarata, a hipertensão e outros males. E a última, uma subsecretaria ligada à questão dos condomínios. Nesta, a proposta é trabalhar a conscientização ambiental desses condôminos.

O lixão será fechado em sua gestão?

Isso é uma prioridade do Governador Agnelo e uma questão de honra para mim, com responsável pela pasta do meio ambiente. A situação do atual lixão é vergonhosa. O chorume já está chegando no Parque Nacional. Juntamente com o fechamento do lixão faremos a proposta de uma política conjunta de resíduos sólidos, com implementação da prática de reciclagem, aproveitamento dos catadores com agentes ambientais. A idéia é que além da construção do Aterro Sanitário de Samambaia haja usinas modernas, ecopontos, pontos de transbordo espalhados pela cidade, todos interligados. Hoje produzimos cerca de 9 mil toneladas por dia de lixo. Sendo cerca de 70% originários da construção civil. Este é outro assunto que precisamos urgente de regulamentar — os entulhos de obras. Todos estes resíduos precisam ter uma destinação.

Sobre o abandono dos parques, qual é o projeto?

Temos 69 parques e quase todos estão abandonados. A primeira ação como secretário foi fazer um levantamento da situação desses parques e este estudo será finalizado em breve. A partir disso iniciaremos um projeto e uma agenda para a reconstituição desses parques. No último dia 12 começamos com a requalificação do Taguaparque. Acredito que o resgate à qualidade de vida pode começar com pequenas ações como a reforma dos nossos parques. Também está na agenda do governo o lançamento de mais unidades.

Por ASCOM/Karen- foto Paulo Negreiros
(*) Especial para o Jornal de Sobradinho

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