RECENTES

Vem aí chumbo grosso!


Pivô da prisão de Arruda diz que "achaques" continuam e prevê novas detenções


Pivô do episódio que levou à prisão do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (sem partido), o jornalista Edson dos Santos, o Sombra, afirmou nesta terça-feira que ainda há pessoas "achacando na cara de pau" no inquérito que investiga o esquema de arrecadação e pagamento de propina.

Sem identificar nomes e sem apontar se as ameaças são para obstruir as investigações ou perpetuar o esquema de cobrança de propina, Sombra disse que alguns ainda continuam no poder. O jornalista insinuou que as pressões partem de políticos e empresários.

"Alguns, com certeza [continuam achaque]. Na cara de pau. Alguns ainda estão no poder e continuam usando [a máquina pública]", disse.

O jornalista disse ainda acreditar que novas pessoas podem ser presas. "Depende da ação deles. Se eles continuarem procurando obstacular o trabalho da Justiça, da polícia, continuar fazendo rolo, achacando empresários, eu acredito que sim", disse.

Sombra afirmou que tem sido ameaçado e que prefere "deixar para o tempo correto" a revelação de onde partem as novas ameaças. "Podem ameaçar porque quem nasce um dia tem que morrer", afirmou.

As declarações de Sombra reforçam as afirmações de seu amigo Durval Barbosa, delator do esquema de corrupção. Apesar de não ter prestado esclarecimentos sobre o esquema na CPI da Corrupção da Câmara Legislativa, Durval mandou recados afirmando que o "rolo compressor vem aí, ainda nem começou" e novas denúncias podem surgir.

Sombra prestou depoimento hoje à Polícia Federal sobre o esquema de corrupção. Segundo ele, os policiais pediram apenas documentos sobre suas empresas. "Pediram só uns documentos em relação as minhas empresas, a mim só, mais nada. Eu vou pegar isso e trago aqui, sem problema", disse.

Arruda foi preso no dia 11 de fevereiro por determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça). O ex-governador e mais cinco aliados são acusados de obstruir as investigações do esquema de arrecadação e pagamento de propina. Eles foram presos depois que a Polícia Federal flagrou o ex-conselheiro do Metrô do DF, Antonio Bento, entregando uma sacola com R$ 200 mil ao jornalista.

O dinheiro seria uma das parcelas do suborno, que segundo Sombra seria orquestrado por Arruda, para que o jornalista oferecesse um pacote de serviço que incluía mudar sua versão sobre o esquema de corrupção.

(*)Por Márcio Falcão/Folha Online, em Brasília

Nenhum comentário