Novo Colaborador do Jornal de Sobradinho divulga com exclusividade sua primeira coluna:INTERSEÇÃO TEXTUAL por Joel Pires
GÊNESIS
O homem é naturalmente um ser criativo. A imaginação é o seu maior talento.
É com imensa satisfação que inauguramos esta coluna, ao mesmo tempo em que nos pesa a responsabilidade de levar adiante o projeto que ora empreendemos. Acreditamos no encontro, na união, na ligação, na reciprocidade de pensamentos, nas ideias simultâneas; no mútuo interesse pela palavra poética, pelo código literário, pelo signo linguístico. Afinal, o verbo estabeleceu a ordem no caos. O espírito era o texto contido que se transmutou em matéria, que se fez carne, que originou o homem e o mundo e nos fecundou de esperança, alegria, amor e fé. A criação é a origem e o motor do universo. Criamos a todo instante, desde o nascimento – a autocriação –, pois todos participam da obra do criador. O leitor é também co-autor na medida em que acrescenta suas emoções e vivências ao que está lendo. A humanidade é uma obra coletiva.
No rol das mentes que criam, alguns pensadores merecem destaque como expoentes das ciências, das artes, da literatura, enfim, da produção cultural humana. Platão criou um mito para nos alertar sobre a aparência das coisas – a Alegoria da Caverna: não podemos permanecer na sombra, é preciso buscar na imagem refletida a sua essência original. Antes de Platão, Sócrates nos deixou um legado precioso, a arte do diálogo. Em seguida, Cristo veio ao mundo e nos ensinou a perdoar, marcando para sempre o curso da história; sua obra: A Redenção.
Após um período obscuro na trajetória do conhecimento, Copérnico provou que a Terra não era o centro do universo, como a Igreja pregava. Da Vinci nos fez crer na imensa capacidade do engenho humano, a genialidade. Rousseau surpreendeu afirmando que o ser humano é naturalmente bom. Corajosamente, Darwin acrescentou a contradição, o contraponto tão necessário à produção do conhecimento, ratificando ou retificando nossas ideias e convicções. Freud ampliou nossos horizontes com a dimensão do inconsciente, fonte de criatividade ou de neuroses. Einstein desenvolveu a teoria da relatividade, revolucionando a Física. Gandhi nos brindou com a paz, a resistência pacífica, a não- violência.
Enfim, muitos outros poderiam ser citados, porém finalizo com Drummond, retratando seu processo criativo:
Poesia
Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.
Joel Pires é professor de Língua Portuguesa e psicopedagogo.
O homem é naturalmente um ser criativo. A imaginação é o seu maior talento.
É com imensa satisfação que inauguramos esta coluna, ao mesmo tempo em que nos pesa a responsabilidade de levar adiante o projeto que ora empreendemos. Acreditamos no encontro, na união, na ligação, na reciprocidade de pensamentos, nas ideias simultâneas; no mútuo interesse pela palavra poética, pelo código literário, pelo signo linguístico. Afinal, o verbo estabeleceu a ordem no caos. O espírito era o texto contido que se transmutou em matéria, que se fez carne, que originou o homem e o mundo e nos fecundou de esperança, alegria, amor e fé. A criação é a origem e o motor do universo. Criamos a todo instante, desde o nascimento – a autocriação –, pois todos participam da obra do criador. O leitor é também co-autor na medida em que acrescenta suas emoções e vivências ao que está lendo. A humanidade é uma obra coletiva.
No rol das mentes que criam, alguns pensadores merecem destaque como expoentes das ciências, das artes, da literatura, enfim, da produção cultural humana. Platão criou um mito para nos alertar sobre a aparência das coisas – a Alegoria da Caverna: não podemos permanecer na sombra, é preciso buscar na imagem refletida a sua essência original. Antes de Platão, Sócrates nos deixou um legado precioso, a arte do diálogo. Em seguida, Cristo veio ao mundo e nos ensinou a perdoar, marcando para sempre o curso da história; sua obra: A Redenção.
Após um período obscuro na trajetória do conhecimento, Copérnico provou que a Terra não era o centro do universo, como a Igreja pregava. Da Vinci nos fez crer na imensa capacidade do engenho humano, a genialidade. Rousseau surpreendeu afirmando que o ser humano é naturalmente bom. Corajosamente, Darwin acrescentou a contradição, o contraponto tão necessário à produção do conhecimento, ratificando ou retificando nossas ideias e convicções. Freud ampliou nossos horizontes com a dimensão do inconsciente, fonte de criatividade ou de neuroses. Einstein desenvolveu a teoria da relatividade, revolucionando a Física. Gandhi nos brindou com a paz, a resistência pacífica, a não- violência.
Enfim, muitos outros poderiam ser citados, porém finalizo com Drummond, retratando seu processo criativo:
Poesia
Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.
Joel Pires é professor de Língua Portuguesa e psicopedagogo.
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