CIDADE / OCUPAÇÃO DO SOLO
Polícia aperta cerco e enquadra grileiros em
penas mais duras
De 2015 até agora, 21,6 milhões de m² de áreas invadidas foram desobstruídas no DF. Com isso, R$ 2 bilhões foram recuperados
(*) Nathália Cardim
A grilagem de terras públicas
ainda continua desafiando as autoridades locais. Somente de 2015 até agora, o
governo desobstruiu 21,6 milhões de m² de áreas invadidas, que custam R$ 2
bilhões, segundo cálculos da Agência de Fiscalização do Distrito Federal
(Agefis). A Polícia Civil, por sua vez, diz que vem apertando o cerco e
trabalha, em conjunto com outros órgãos, para enquadrar os grileiros em crimes
mais graves, como organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Os dados foram apresentados na
manhã desta terça-feira (6/6), durante a abertura do II Seminário de Combate à
Grilagem de Terras do DF. Entre as áreas que são alvos principais da
fiscalização estão Vicente Pires, Orla do Lago Paranoá e o Parque do
Guará.
“Vamos desobstruir toda a orla
até o fim deste ano”, assegura a diretora da Agefis, Bruna Pinheiro. O governo
pretende também estimular a participação da população no combate à grilagem,
por exemplo, por meio do aplicativo criado em março do ano passado.
A diretora Presidente da AGEFIS Bruna Pinheiro, apresentou o balanço da ações
Até agora, chegaram apenas 693
denúncias. Destas, apenas 43% foram confirmadas. “O aplicativo que lançamos
ainda está sendo pouco usado e precisamos desse apoio da população para
combater a grilagem e preservar o bem público”, disse Bruna Pinheiro.
De acordo com o governador
Rodrigo Rollemberg (PSB), que participou da abertura do seminário, os
indicadores da desobstrução e recuperação de áreas públicas são muitos
significativos. “Esse é um desafio comum e um dos aspectos importantes é a
criação de penas mais severas para a grilagem de terras públicas. É um
crime muito grave. Além do roubo de um patrimônio público, ele (o grileiro)
desorganiza a qualidade de vida, comprometendo as gerações futuras”,
disse.
De acordo com o diretor-geral da
Polícia Civil, Eric Seba, todos os órgãos de governo estão fazendo um trabalho
integrado para alcançar efetivamente quem é o responsável por essas ocupações.
“A ideia é que se evolua até uma possível caracterização de uma organização
criminosa, de lavagem de dinheiro e outros crimes que não só a questão da
grilagem. Quando nós fecharmos essa teia, as pessoas serão responsabilizadas
penalmente de uma forma mais contundente. Esse é o nosso objetivo”, ressaltou.
(*) Nathália Cardim - Michael Melo/ Metrópoles
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