ARTIGO
O AGUAR DA
ÉTICA
Muitas são as definições sobre o que vem a ser Ética.
(*) Henrique Matthiesen
Uma destas argumentações é parte da Filosofia,
responsável pela averiguação dos princÃpios que originam, distorcem,
disciplinam ou norteiam a conduta humana, ajuizando a respeito do cerne das
normas, valores, prescrições e exortações em qualquer realidade, ou o conjunto
de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivÃduo, de um grupo
social ou de uma sociedade.
No Brasil, a ética em voga está
correlacionada à desestruturação do regime polÃtico apodrecido e mofado que hipocritamente
se combate com condutas delinquentes e antiéticas, uma vez que o sistema
polÃtico é irrigado de nossa própria sociedade despolitizada e muitas das vezes,
imoral.
Seja lá qual a melhor sÃntese do que
venha a ser o conceito ético de cada um, há um fato irrefutável. Esse preceito
necessita ser aguado e exercido de forma a não enfraquecê-la.
Ética é como uma planta frágil, se
não adubá-la ou cuidá-la ela perde a sua vitalidade. A ética é uma escolha
individual que cada ser pratica segundo seu entendimento, ou sua tolerância.
Em paÃses mais civilizados do mundo,
a ética está umbilicalmente ligada à educação, ou ao modo de vida que determinadas
sociedades coexistem. Na SuÃça, por exemplo, não é que o governo é probo ou
ético é que lá a sociedade em seu todo pratica valores determinantes de
intolerância contra a quebra das regras de conduta, o povo pratica
cotidianamente a ética, fortalecendo-a e oxigenando-a, e está enraizada em sua
cultura.
Dentre esse universo há alguns
aspectos da ética que muitos os confundem, como no caso de seu derivado que é a
etiqueta, um dos pressupostos essenciais da ética.
Etiqueta como conjugam alguns que
buscam no refinamento de saber se portar em uma mesa, ou mesmo discÃpulos de
Gloria Kalil na busca de ser elegante ou chique, não ponderam alguns alicerces
do que venha ser etiqueta na derivação da ética.
Essência da etiqueta está na
convivência social, e a consciência de que, mais do que um atributo da antiga
nobreza à civilidade e ao cavalheirismo são capitais para vivência humana.
Por favor, com licença, desculpe-me, e
obrigado são preceitos essenciais de civilidade, que pouco são exercidos em
nosso meio. Estes códigos reconhecem que há algo ou alguém além de mim, e,
portanto, necessitam de uma conduta ética nesta relação.
Respeitar o mundo ao redor é sermos
parte da humanidade, isso significa renunciar a imbecilidade, ao primitivismo,
ou seja, é ceder lugar ao mais necessitado e falar baixo para não invadir a
privacidade de outrem, não transformar seu carro numa arma, e agir honestamente
em seu trabalho, e gerar gentileza.
Vivenciamos uma era de grosserias,
vulgaridade e desonestidade, numa crise valorativa profunda onde a etiqueta
como componente da ética sofre ataques vulgares.
Atrás da grosseria esconde-se um
duplo defeito, um deles é de ter medo do mundo e dele se defender com as patas
da bestialidade erguidas, ou ter dificuldade em compartilhar a alegria do
convÃvio, pois coexiste mesmo em meio à s multidões, isoladamente em seus
temores.
Outro aspecto do bestializado é seu
egocentrismo e seu patológico complexo de Zeus, onde se julga o Deus do OlÃmpio
olvidando-se da existência social.
Por isso é necessário educar e
combater a vulgaridade e a bestialidade, afinal não é ético ser um lorde inglês
com os “poderosos” e um boçal com os menos favorecidos.
Se não aguarmos as práticas civilizatórias
caminharemos sim para o primitivismo da existência.
(*) Fonte: Henrique Matthiesen (foto)Bacharel em Direito em
colaboração para o Jornal de Sobradinho
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