EDUCAÇÃO: CEF 08 de Sobradinho conquistou sua quarta medalha de ouro consecutiva
Escolas da rede pública brilham na
Olimpíada Brasileira de Robótica
CEF
05 do Paranoá saiu da competição com o prêmio de melhor instituição estreante,
enquanto o CEF 08 de Sobradinho conquistou sua quarta medalha de ouro
consecutiva
O Centro Integrado de Educação Física (CIEF) recebeu no último sábado
(27) mais uma etapa regional da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR). Foi a
décima vez que o evento nacional desembarcou no Distrito Federal. Este é o
primeiro ano, porém, que a competição é realizada pela Secretaria de Educação
(SEEDF). E para coroar essa nova fase da disputa, as escolas da rede pública
alcançaram grandes resultados: pelo quarto ano consecutivo, o Centro de Ensino
Fundamental (CEF) 08 de Sobradinho conquistou uma medalha de ouro. Já o Centro
de Ensino Fundamental (CEF) 05 do Paranoá levou o prêmio de melhor escola
estreante.
“Foi muito gratificante ver os nossos estudantes conquistando um bom
desempenho. Para as outras escolas, isso também é um estímulo muito grande.
Eles veem que nós somos capazes de desenvolver um ensino de qualidade voltado
para a robótica”, avalia a gerente de Programas e Projetos Especiais do Ensino
Fundamental da SEDF, Marília Teixeira.
Participando pela primeira vez da Olimpíada, o professor Adriano
Carvalho – responsável pelo ensino de robótica no CEF 05 do Paranoá – afirma
que a experiência foi boa para que os estudantes pudessem conhecer as
iniciativas desenvolvidas em outras escolas. “Eles só conheciam o nosso
projeto. No evento, eles tiveram contato com o pessoal do CEF 08 de Sobradinho,
por exemplo, que nos deu várias dicas, nos passou alguns contatos e nos
convidou a ir lá. Essa troca de informações foi muito boa”, celebra o docente.
Adriano ressalta ainda a importância pedagógica e social do ensino de
robótica nas escolas públicas. “A parte social é que a gente tira o aluno da
rua [as aulas são oferecidas no turno contrário] e dá a eles a possibilidade de
ter acesso a novas tecnologias, porque só a tecnologia da escola já não é
suficiente para criar um diferencial no mercado de trabalho”, afirma.
“Em relação ao pedagógico, quando temos a oportunidade de trabalhar com
qualquer tipo de tecnologia é melhor. Eles construíram o robô e eu não tive que
mandá-los fazer nenhum cálculo ou nada do tipo. Eles tinham o objetivo a
cumprir e estavam muito motivados para atingir a meta. Então, eles mesmos foram
aplicando os conceitos ensinados durante o ano”, finaliza o professor,
garantindo que pretende levar seus alunos de volta à Olimpíada em 2017.
Foto: SUBEB/SEEDF
É
tetra
Se o CEF 05 do Paranoá fez sua estreia no sábado, o CEF 08 de Sobradinho
chegou ao evento já com o status de favorito. Afinal, desde 2013, a unidade
ganhou ao menos uma medalha de ouro em todas as edições da Olimpíada. Nos três
últimos anos, os alunos da instituição sagraram-se campeões no nível 1 da
competição – dedicada a estudantes do Ensino Fundamental. Faltava, no entanto,
um título no nível 2 – para o Ensino Médio. Neste ano, ele, enfim, veio. “No
Fundamental existe uma certa dificuldade, mas, no Médio, o grau de dificuldade
é muito maior e os nossos alunos sempre batiam na trave por poucos pontos”, lembra
o professor Alexandre Zeitune.
O docente assumiu a sala de recursos para atendimento de alunos com
altas habilidades – onde as aulas de robótica são ministradas – em 2010. Na
avaliação dele, além da participação em competições, o ensino de robótica também
contribui para o melhor desempenho dos estudantes nas demais disciplinas. “A
robótica ajuda a desenvolver várias partes da ciência. Ela se integra à
multidisciplinaridade. É uma forma prática de ensinar matemática, química,
física, biologia e várias outras matérias”, opina.
O sucesso do trabalho desenvolvido na escola pode ser explicado, entre
outros fatores, pela união e pelo engajamento dos estudantes que participam do
projeto. “Um é exemplo do outro. Então, se alguém consegue se sair bem, acaba
servindo de incentivo para os que ainda não conseguiram”, conta Lorrane
Tintino. Já João Vitor – conhecido pelos colegas como “Amarok” – lembra que
a equipe trabalhou até no recesso escolar para concluir o robô que
disputaria a Olimpíada. Todo o processo levou cerca de três meses.
Com a vitória na etapa regional, os alunos credenciaram-se para
participar da disputa nacional, que, neste ano, será realizada em Recife.
“Nossa expectativa está alta e nós estamos confiantes no nosso robô, porque a
programação está muito boa. Eu acredito que a gente pode, sim, conseguir o
ouro”, projeta Wesley de Sousa da Costa. Reforçando o espírito de união do
grupo, João Willie – que já conquistou uma medalha ao lado de Wesley em 2013 –
não era parte da equipe que levou o ouro neste ano. Mesmo assim, faz questão de
registrar sua torcida pelos companheiros na etapa nacional. “Eu fiquei muito
feliz, porque é a nossa escola em primeiro lugar. E isso é o mais importante de
tudo”, comemora.
Legado
Ao todo, 25 instituições de ensino participaram da etapa regional da
OBR. Destas apenas duas eram da rede pública. Contudo, a gerente de Programas e
Projetos Especiais do Ensino Fundamental da SEDF, Marília Teixeira, acredita
que o bom desempenho dessas duas unidades possa contribuir para que mais
escolas públicas se interessem pela disputa. “Neste ano a gente queria plantar
uma sementinha e estimular as escolas para no ano que vem ampliar esse
quantitativo”, diz. Para conseguir despertar esse interesse, a Secretaria de
Educação vai doar as dez arenas de competição utilizadas na OBR para escolas
públicas que desenvolvem projetos de robótica. “Agora eles terão as arenas para
treinar e no ano que vem, esses colégios já vão se sentir mais seguros para
participar da próxima edição”, crê a gerente.
Edição: Patrick Selvatti, Ascom/SEEDF
Foto destaque: Tiago Oliveira, Ascom/SEEDF
Foto interna: SUBEB/SEEDF
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