Educadores do DF querem núcleo da educação ambiental
A volta do
núcleo será reivindicada ao governador por meio de um abaixo-assinado
resultante do IX Encontro de Educadores Ambientais do DF – Semeando o Bioma
Cerrado realizado nessa sexta-feira
O IX
Encontro de Educadores Ambientais do DF – Semeando o Bioma Cerrado mostrou
evolução em relação ao realizado no ano passado. A avaliação é da ex-diretora
da Escola da Natureza, Lêda Bhadra Bevilacqua, que considerou o compromisso de
gestores públicos com o atendimento das demandas do encontro de 2014 como um
passo importante para o cumprimento da Lei de Educação Ambiental. Neste
contexto, o tópico mais urgente na visão dos organizadores do evento é a
manutenção do núcleo da educação ambiental na Secretaria de Educação do
Distrito Federal. Um abaixo-assinado com esta solicitação foi sugerido durante
a programação que se desenvolveu na última sexta-feira (6) no espaço
Cerratenses do Jardim Botânico de Brasília e já conta com assinatura dos quase
150 educadores ambientais presentes. Os participantes vão entregar este
documento ao governador Rodrigo Rollemberg.
O Encontro
deste ano foi realizado pelo projeto Semeando o Bioma Cerrado, pertencente à
Rede de Sementes do Cerrado, pela Escola da Natureza, pela Associação dos
Amigos da Floresta (AAF) com apoio da Área de Educação Ambiental e Ecologia
Humana da Faculdade de Educação da UnB e do Eco Museu do Cerrado - Laís Aderne
e com patrocínio da Petrobras.
Revendo hábitos - Na avaliação do coordenador do
Semeando o Bioma Cerrado, Rozalvo Andrigueto, o Encontro deste ano coroou o
projeto no que se relaciona à educação ambiental. Nos últimos dois anos,
docentes e alunos da cidade e das zonas rurais foram sensibilizados para a
questão ambiental e a necessidade de cultivar hábitos adequados para a
preservação do planeta. “Desde o início, entendemos que não seria possível
estimular os elos da cadeia produtiva, objetivo do Projeto, sem trabalharmos de
forma sistêmica a educação ambiental como força impulsionadora e capaz de
desencadear ações de preservação”, reiterou.
De acordo
com Andrigueto, no que se refere à educação ambiental, nas áreas de abrangência
do projeto, nos dois últimos anos, foram realizadas cinco oficinas especiais
com professores, com trocas de saberes e fazeres entre 234 docentes. Foram
também realizadas 18 oficinas e educação ambiental em escolas rurais e urbanas,
nas quais 2.386 crianças e jovens, apoiados na ecopedagogia estabeleceram
relações efetivas com a necessidade de preservação do planeta Terra com ética e
atenção aos valores. Com base no alcance e nos resultados do Projeto, o
coordenador defende a reivindicação dos educadores pela manutenção do núcleo da
educação ambiental no programa educacional do Distrito Federal.
Sair na frente - A reivindicação dos educadores vai
também ao encontro da opinião do secretário do Trabalho, Desenvolvimento Social
e Direitos Humanos do DF, Joe Valle. Ele entende que “Brasília, como capital do
País, tem a obrigação de sair na frente e ser exemplo de quem sabe colocar a
questão ambiental nos currículos e criar escolas sustentáveis". Quando
trabalhamos a educação ambiental de forma transversal, muitas situações se
resolvem em outras áreas como a saúde, cita o secretário ao comentar que a abrangência
de tão ampla perde a relevância, mas os governos precisam estar atentos a esses
impactos. Ele conta sobre uma escola do Gama (DF) que está fazendo a
experiência de reutilizar coleta de água desperdiçada dos bebedouros para
irrigar um pomar.
O diretor
executivo do Jardim Botânico de Brasília, Jeanitto Gentilini Filho, destacou
que o espaço para educação ambiental de que dispõe ainda é subaproveitado e
ampliar a presença da comunidade com este propósito é uma vontade constante de
sua gestão. “O JBB é um museu vivo. São cinco mil hectares, onde há estrutura,
segurança e pesquisa à disposição da sociedade", frisou.
Para Bhadra,
além da manutenção do núcleo de educação ambiental, também é urgente para
Brasília que o GDF se mobilize no sentido de concretizar a implantação de
escolas da natureza nos parques do Distrito Federal, pelo menos nos 14 que têm
regionais de ensino. O Distrito Federal possui 73 parques públicos.
Ecologia na prática - Com o objetivo de proporcionar uma
troca de saberes entre educadores, o programa do Encontro deste ano reservou a
tarde para a apresentação de experiências que vêm mostrando, como destacou a
professora doutora Rosângela de Azevedo Corrêa, coordenadora do programa
Educação Ambiental nas Escolas Públicas do DF, que é possível trabalhar a
educação ambiental numa perspectiva transversal e interdisciplinar com projetos
que envolvam todos os atores da escola e sensibilizar estudantes para as causas
ambientais.
Com o método
de alfabetização ecológica ABCERRADO e a Matemática, o professor Paulo Pereira
aplica técnica de educação ambiental na Escola Classe Córrego do Meio, em
Planaltina (DF), relacionando a alfabetização e a matemática a elementos do
Cerrado desde 1999. Os primeiros alunos já estão na faculdade e o citam como
referência. Na escola CEF Polivalente, da 913 Sul, em Brasília, o professor
Elmar Rocha Paulin, relaciona, na prática de construção de viveiros de plantas
nativas do bioma, o ensino de matemática com cálculos e canteiros em formato de
figuras geométricas. Já os estudantes Laura Dorneles, João Luiz Bendito Lapa e
Leonardo Augusto Gonçalves, do 2o e 3o ano do CEAN da 606 Norte, apresentaram o
projeto "A escola que temos, a escola que queremos". Os alunos
promovem gincanas com temática ambiental, implantam tecnologias sustentáveis na
escola e estão cultivando uma horta com a proposta de elaborar lanches
vegetarianos para os colegas. Para os professores, estas iniciativas confirmam
que “a semente brotou”.
Trilhas
educativas - Para incentivar e manter a educação ambiental presente no ensino
de diferentes disciplinas, o IX Encontro de Educadores Ambientais do DF
entregou aos participantes um roteiro de ações para a introdução e educação
ambiental em escolas e comunidades com orientações e detalhamento de como elaborar
atividades. O livro "Educando pelas trilhas do Cerrado" tem
especialmente dois pontos de sustentação: conhecer o lugar em que vivemos para
respeitá-lo e usar com cuidado o que a natureza oferece.
Conforme a
presidente da Associação dos Amigos da Floresta, Mery-Lucy Souza, uma das
organizadoras do livro, “com orientações de ecopedagogia, são apresentadas
sugestões de atividades e abordagens das disciplinas com o intuito de levar o
aluno a sentir-se pertencente do local em que vive, engajado e participativo na
defesa deste ambiente”.
Elaborado
por vários profissionais especializados em educação ambiental, que deram
suporte às ações doando seus conhecimentos, o livro foi organizado por
Mery-Lucy Souza, Andréia Cassilha Andrigueto e Regina Célia de Souza e pode ser
solicitado na Rede de Sementes do Cerrado que também vai disponibilizá-lo para
download em versão digital no site http://www.rsc.org.br/.
Mais
informações:
Assessoria
de imprensa - Semeando o Bioma Cerrado
Contato:
Teresa Cristina Machado
E-mail: teresa.machado@atfcomunicacao.com.br
Tel.: 55
(61) 3225 1452 /9983 9395
Escola da
Natureza
E-mail:
escoladanatureza@gmail.com
Tel.: 55
(61) 3901 7756 / 3901 8137
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