EDUCAÇÃO: CEF 1 de Sobradinho sensibiliza 400 alunos sobre a necessidade de preservação da água
A pracinha do condomínio Nova Colina, em Sobradinho (DF), vai
ganhar um novo defensor da natureza a partir desta quinta-feira. Gabriel
Henrique, 13 anos, aluno do 7º ano do Centro de Ensino Fundamental I,
participou de oficinas de valorização água como Projeto Semeando o Bioma
Cerrado e decidiu trocar até a profissão escolhida para o futuro. Mas de
imediato ele sentiu-se responsável por dividir os conhecimentos recebidos com
sua comunidade.
“Eu queria
ser engenheiro civil, agora, quero fazer engenharia florestal para poder dar
ideia de preservação do ambiente. Mas eu já posso fazer isto no lugar que eu
moro, posso fazer palestras e dizer para as pessoas que não lavem o quintal com
mangueira, que aproveitem a água da máquina para o quintal e que não demorem no
banho”, resume Gabriel adiantando que a partir de agora seu próprio banho de 10
minutos vai demorar bem menos.
O Gabriel e
mais de 400 alunos do CEF 1 que cursam do 6º ao 9º ano e têm entre 11 e 17 anos
de idade passaram esta quinta-feira recebendo informações e colocando-a em
prática em 12 oficinas realizadas pelo Projeto da Rede de Sementes do Cerrado
patrocinado pela Petrobras que fez parte da Semana de Educação para a Vida no
Distrito Federal.
Olhar
diferente - Com foco na valorização da água, os professores procuraram
sensibilizar os alunos para desenvolverem um olhar diferente sobre o ambiente
em que vivem e algumas manifestações mostram que a ação é válida. Nicole
Cristina, de 13 anos, estudante do 8º ano, contou que achou importante vivenciar
o papel de um engenheiro ambiental, porque entendeu, fazendo desenhos, como é
que a água chega na casa dela. Já Daniel Souza, de 13 anos, estudante do curso
de aceleração CDIS, colocou a mão na terra para valer para plantar mudas de
hortaliças, mas antes ajudou a fazer e regar os canteiros que receberam as
mudas. “Achei importante plantarmos mudas livres de agrotóxicos aqui na escola.
Agora, vou vir ver como vão se desenvolver, né?”, programa-se.
O diretor do
CEF 1, Djalma Marcos dos Santos, há um ano nesta escola vindo de uma
instituição de educação rural, destaca que observou durante as atividades que
os alunos viram, na prática, como a vida funciona e o quanto somos dependentes
da água. “Eles são exemplos, levaram a sério o que ouviram e vão arrastar estas
lições com certeza”, prevê ao contar que quando estava na escola rural, levava
os alunos para passear na cidade e agora, tem que levar para a escola a
experiência do plantio, do contato com os recursos ambientais para que
compreendam a necessidade de preservação, “é o movimento contrário”, frisa.
A
orientadora educacional, Rose Pereira, também comemora o dia de oficinas e diz
que espera que esses alunos tornem-se multiplicadores sobre os cuidados
necessários com o planeta.
Já a
professora Adriana Moraes, de Geografia, constata que o aluno ainda se espanta
com algumas situações e precisa ter formação sobre sustentabilidade e
cidadania, mas o professor também precisa de mais informação. “Hoje, eu aprendi
muita coisa aqui. Com informação a gente busca formas alternativas para
trabalhar essas questões”, diz.
Inclusão - O
coordenador do Projeto Semeando o Bioma Cerrado, Rozalvo Andrigueto, lembra que
além das escolas de ensino básico, oficinas de educação ambiental são
desenvolvidas observando a inclusão de portadores de necessidades especiais e
jovens em situação de risco social. Ele calcula que o programa de educação
ambiental do Projeto, que existe desde 2010, já tenha alcançado mais de 2.300
crianças e jovens focando especialmente na preservação do Cerrado.
Ecopedagogia
- A gestora de educação ambiental, Mery-Lucy Souza, explica que o programa de
oficinas trabalha a ecopedagogia relacionada à essência da vida que é o
relacionamento harmonioso e consciente com as pessoas e o ambiente em que vivemos.
“É fundamental contextualizar o conteúdo das oficinas e deixarmos para os
jovens a mensagem de que é preciso repensar o consumo e o descarte como fazemos
atualmente”, completa.
Semeando –
De acordo com Andrigueto, o projeto Semeando o Bioma Cerrado tem atuação além
da educação ambiental para jovens e tem como meta restaurar cinco hectares de
áreas já degradadas, georreferenciar 3.600 árvores matrizes, demarcar 60 áreas
(cerca de 600 hectares como área preservada), capacitar tecnicamente 390 pessoas
para produzir sementes e mudas florestais nativas em condições ambientalmente
corretas, economicamente sustentáveis e sensibilizar e conscientizar
diretamente 886 pessoas em ações de Educação Ambiental e mais de 2.500
indiretamente, no período de dois anos que se encerra no final de 2015. O
projeto prevê ações implementadas no Distrito Federal, nos municípios goianos
de Ipameri, Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Barro Alto, Pirenópolis,
Goianésia, Ceres, Santo Antônio do Descoberto e Goiânia em Goiás. No Mato
Grosso, o município de Sinop foi incluído nesta fase por situar-se em área de
Cerradão, uma transição entre os biomas Cerrado e Amazônia.
Fonte: Teresa Cristina Machado/ Semeando o Bioma Cerrado/Fotos: Oficinas de valorização da água no CEF1 em 14 de maio - Crédito: Gabriel Rosa
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