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ARTIGO: por Olavo Da Silva Aguiar

Organização ou Perfeccionismo?



Dia desses convidei meu amigo Zaca para conhecermos Dona Maria Santina e seu modus vivendi. Muito se houve falar dessa senhora, uma mulher como qualquer outra, porém diferente. Em lá chegando, vimos logo uma coisa inédita, sua lixeira pintada de branco e com uma mensagem educativa que diz: “Aqui não jogamos lixo na rua.” Zaca bateu no portão e imediatamente Dona Maria Santina nos recebeu e logo a pergunta, a que vieram? Pois não nos conhecia. Ao passarmos o portão, um tapete umedecido para limpeza dos pés. Na porta da sala, outro tapete branco também umedecido. Faço isso para conservar a casa limpa, explicou. O Zaca mais falante foi logo dizendo: Somos jornalistas, viemos aqui entrevistá-la, tirar a limpo as coisas que falam a seu respeito. Como assim? Perguntou assustada. Muito se houve falar que a senhora é muito organizada, ela responde é verdade. Não gosto de bagunça. A essa altura, já com o sorriso dizia: Gosto de manter minha casa organizada e limpa. Aprendi com minha mãe, tudo que sei agradeço a ela. A essa altura da conversa, já estampava no rosto um sorriso com ar de felicidade. Gentilmente nos convidou a entrar. Educadamente, pediu licença para ir até a cozinha preparar um café, dizendo: vocês nunca tomaram um café igual ao meu, gabou-se. O Zaca aproveitando a ausência foi logo bisbilhotando vendo se encontrava uma poeirinha nos móveis, absolutamente nada. Tudo limpinho. Tomamos o café, na verdade muito saboroso. Permitiu que fossemos até a cozinha. As vasilhas de alumínio brilhavam como a luz do sol de tão limpas. Com certeza a senhora gosta de tudo novo não? Ela respondeu claro! Quem não gosta? Disse sorrindo, o meu fogão tem apenas 10 anos, a geladeira 22 anos. O que? Tudo isso? E ela respondeu: é verdade, afirmou. É o zelo que tenho com minhas coisas. Como os senhores estão vendo, não tolero bagunça. Falo sempre a minha família, quando eu morrer não quero todo mundo chorando ao mesmo tempo, tem que se organizar em fila e chorar um de cada vez. Já nos preparávamos para sair, era 12h00min o sol batia a pino, calor escaldante. Nesse momento, bate alguém no portão, era Dona Valeriana, para os íntimos, Dona Vavá. Velha conhecida de Dona Santina, mulher porreta como dizem nossos irmãos baianos. Dona Vavá vinha da feira com duas sacolas pesadas, queria descansar um pouco, foi ao tanque lavar o rosto banhado em suor. Pegou no varal um pano branquinho que jugou ser uma toalha de rosto. Quando Dona Santina viu, gritou: Mulher de Deus! Esse é pano de chão. Não diga, pois está mais branco que toalha de rosto de muitas casas que conheço. Esse é um pouco do perfil de Dona Santina. Mulher honesta, correta, humana, gosta de ajudar a quem precisa. Os nomes são fictícios mais a história é real.
  

Por Olavo Da Silva Aguiar/Especial para o Jornal de Sobradinho/Novembro 2014

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