MORRE O PIONEIRO DE SOBRADINHO , NELSON DO MEL
(*) Valéria Brandão
O mês de
maio traz para a serra um vazio imensurável: O Seu Nelson do Mel lhe acenou
adeus. Desbravador, cientista nato, polêmico e sobretudo fraterno. Veio para
BrasÃlia acompanhando Bernardo Sayão. Abriu trilha onde hoje é a 16, fez tocaia
para onça que pela 04 rondava.
Sobre as
plantas que tudo sabia, aprendeu com os Ãndios. E conhecia a região como a
palma da mão, nos mostrou a arvore dos enforcados, no Parque dos Jequitibás.
Apicultor mestre e ambientalista. Conhecia o cerrado e preservava espécies. A
ele dediquei minha monografia “O Uso de Plantas no Controle de Fungos”, que na
ignorância da Faculdade, se quer algum professor perguntou quem seria “Seu
Nelson”, que mais que qualquer um deles sabia. Com estes nada aprendi.
O homem Ã
frente do tempo recordava “Planaltina é a mãe de Sobradinho”. Ele que organizou
a cidade ao passar pelo Departamento Imobiliário, e acompanhou a arborização da
cidade, entre a 6 e a 8, eram flamboyants. Ainda me lembro de sua animação por
trazer a Feira da Lua, que começou em 15 de maio de 1998, na Praça Teodoro
Freire.
Ganha o Céu.
Perde a cidade. Perdida e engolida pelo costume que não me acostumo. De não
correr contra o tempo e retorcer esses sábios para registrar nossa história. Um
tempo em que se discordava, sonhava e agia. Doce sÃmbolo de um grande homem,
vai aos céus com as nobres abelhas que pouco restam. Pois pouco resta neste
mundo para seres além. Além da média pequenez que vai ficando e crescendo, e se
acostumando.
(*) Por Valéria Brandão
Uma Boa Leitura: “A
Vida das Abelhas” de Maurice Maeterlink.
“BrasÃlia – Poeira e
Batom” - Foto Divulgação
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