DF Sem Miséria melhora vida de agricultores do Distrito Federal
Plano
possibilita também o enfrentamento da pobreza na zona rural
Garantir
alimentos de qualidade para populações vulneráveis e promover a inclusão
produtiva de agricultores familiares são objetivos que estão sendo alcançados
por meio do Programa de Cestas Emergenciais, da Secretaria de Desenvolvimento
Social e Transferência de Renda (Sedest). Em 2014, o Governo do Distrito
Federal inovou ao adquirir frutas, verduras e legumes diretamente de
agricultores familiares e incluir alimentos orgânicos nas cestas.
A ação faz
parte do Plano DF Sem Miséria e tem como objetivo não só fornecer alimentos às
famílias e às pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional grave,
mas também fomentar a produção familiar, inclusive a produção agroecológica,
pois parte das frutas, legumes e verduras adquiridos da agricultura familiar é
orgânica, portanto, livre de agrotóxicos, hormônios e outros produtos químicos,
contribuindo, dessa forma, para o fortalecimento de sistemas de produção de
menor impacto ambiental.
Essa
inovação já gera enorme impacto na vida de 31 famílias de agricultores
(aproximadamente 150 pessoas) da região da Chapadinha (Lago Oeste), da Colônia
I (Ceilândia) e Contagem (Sobradinho) que produzem alimentos orgânicos. São
famílias que possuíam como única garantia de renda os repasses do Programa
Bolsa Família (PBF) e do DF Sem Miséria e que agora podem contar com o repasse
certo que vem da venda dos produtos vendidos ao GDF. A ação também beneficia
famílias que vivenciam situações de risco pessoal e social, pois recebem uma
cesta de alimentos sem agrotóxico e que duram mais tempo. Com essa ação, o
governo potencializa e multiplica os impactos positivos para os agricultores e
para a população beneficiária.
O programa
vem apresentando resultados positivos e aumentando a cada dia o número de
cestas entregues pelos agricultores. Hoje, já são mais de 160 cestas orgânicas
entregues por semana. Esse número tende a crescer com a incorporação de novos
agricultores familiares com certificação de produção orgânica das regiões de
Sobradinho, Paranoá e São Sebastião. A intenção do governo é substituir
gradativamente os alimentos convencionais por orgânicos.
A mudança
social na comunidade é visível. Com o apoio da Seagri, Emater e também do
Sebrae, os agricultores aprenderam sobre planejamento e técnicas de manejo que
foram essenciais no salto de qualidade da produção. Esse suporte foi
estratégico para superar dificuldades e alcançar melhorias de gestão, além da
ampliação da cooperação e união dos agricultores.
Francisca
Borges (52 anos), natural do Maranhão, mãe de três filhos, vive no assentamento
Chapadinha há 10 anos e produz milho, frutas e hortaliças. Para ela, o
incentivo veio em boa hora. “Agora são apenas sorrisos, a vida está muito
melhor. Os programas foram fazendo a vida melhorar. Com o PAA consegui comprar
minha geladeira, máquina de lavar. Agora, com o PAPA e a venda dos alimentos
para as cestas, estou conseguindo melhorar ainda mais minha renda e investir
mais na produção. Vou conseguir financiar até uma picape”, comemora.
“Já estou me
organizando para devolver meu cartão do Bolsa Família. Esse dinheiro me ajudou
a manter minha casa, comprar meus remédios. Meus filhos conseguiram terminar o
2º grau. Agora em julho eu quero voltar a estudar também. Quero devolver meu
cartão, porque quero que outras pessoas possam ser ajudadas”, finaliza.
Valdir, mais
um dos produtores beneficiados, conta que, com os recursos das cestas, pagou o
IPVA e as parcelas do caminhão recém-adquirido.
José Cândido
da Rocha (62) relata que hoje recebe mais no campo do que recebia em seu
emprego de lanterneiro na cidade. “Tudo está melhorando, consegui até convencer
meus dois filhos a abandonarem seus trabalhos na cidade para me ajudar na
produção”.
Para o
secretário de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda, Osvaldo Russo,
esses exemplos demonstram que a integração das políticas sociais é fundamental
para enfrentar o ciclo da pobreza e melhorar a vida da população. "Todos
ganham com a integração, fortalecendo a agricultura familiar promovemos a
inclusão produtiva, a alimentação saudável, a segurança alimentar e a
preservação do meio ambiente”, disse.
Cestas
Emergenciais
Cada cesta
emergencial é composta por dois grupos de alimento: o primeiro é formado por
alimentos não perecíveis adquiridos por meio de licitação; e o segundo grupo é
formado por alimentos perecíveis (frutas, legumes e verduras) adquiridos
diretamente da agricultura familiar do DF, por meio do Programa de Aquisição de
Produtos da Agricultura Familiar – PAPA/DF, sob gestão da Secretaria de
Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri).
A Sedest é
hoje a maior compradora de produtos pelo PAPA/DF, pois das cestas também
adquire leite, queijos e derivados, que são repassados a instituições socioassistenciais
e beneficiam, diariamente, mais de 20 mil pessoas em situação de
vulnerabilidade.
Mensalmente,
mais de 2 mil famílias foram beneficiadas com as cestas emergenciais em 2013.
Foram investidos R$ 4.889.591,34 de recursos para as cestas, somando um total
de 26.041 cestas entregues durante o ano.
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