CULTURA: Escritores do DF se destacam na II Bienal do Livro
Livros
infantis, adultos e até escritores mirins são encontrados no evento, que segue
até dia 21 de abril
O Caderno da
Menininha, de Rovênia Amorim, foi um dos lançamentos deste domingo (13) na II
Bienal Brasil do Livro e da Leitura. Voltado para o público infantil, a obra
promete despertar a curiosidade da criança e estimular o gosto pela leitura.
"São
aventuras infantis e eu brinco o tempo inteiro com a identidade da Menininha,
mas tem que ler o livro inteiro para descobrir quem é a Menininha",
afirmou a escritora .
Segundo
Rovênia, a ideia de escrever o livro surgiu alguns anos depois do nascimento
das filhas gêmeas. "Eu contava histórias para elas dormirem, mas como
tinha que ter pouca luz no quarto, ficava ruim para ler. Com isso, eu comecei a
inventar as historinhas e depois decidi escrevê-las", explicou.
O livro
passou no 1º teste, que foi feito com as próprias filhas. "Eu achei legal,
tem algumas que são difÃceis de entender no começo e tem que ler tudo para
entender. O que mais gostei foi 'A Outra Menininha' (pág. 40), porque a
professora pede para fazer um dever que ela não sabe e a outra menininha faz
para ela. Depois a professora briga, mas ela não sabia que aquilo era errado e
chora", destacou a pequena Bruna Amorim, 9 anos.
"Ele (o
livro) foi diferente dos outros livros infantis que eu li porque tem um final
impressionante. A melhor parte é a 'Caverna de Argila' (pág. 25), ela fala de
uma descoberta de uma caverna que era o esconderijo dos meninos", completou
a outra filha da escritora, Clara Amorim, 9 anos.
Rovênia
Amorim, 41 anos, é jornalista, nascida em Patos de Minas (MG) e moradora de
BrasÃlia desde 1990. Atualmente, trabalha no Ministério da Educação. O Caderno
da Menininha é a sua primeira publicação, mas a escritora já pensa no segundo
trabalho, que deve ser lançado em dois anos.
ESCRITORES
DO DF – O stand da Academia Taguatinguense de Letras, considerado Patrimonial
Cultural, Material e Imaterial do Distrito Federal desde 2013, reúne obras de
313 escritores e poetas da capital federal.
"O
objetivo é apresentar os escritores do DF para os visitantes da Bienal. Já
vendi mais de 500 livros nesses dois dias de evento. Mais de 2 mil pessoas
passaram pelo nosso stand", detalhou o presidente da academia e escritor,
Gustavo Dourado.
Ele é autor
de 14 livros e 1.113 cordéis, entre eles o Direitos Humanos, lançado no Fórum
Mundial dos Direitos Humanos, a pedido da Presidência da República. Além do
cordel Renato Russo, preparado especialmente para a Bienal.
O stand
também apresenta ao público os lançamentos Pássaro Ferido, de Heron Luiz;
Sertão de Maravaia, de Ana Cunha Magalhães; O Brilho das Estrelinhas, de Salete
Moreira; Direito Inspencional de Trabalho, de José Orlando da Silva; e A Lua
está na Moda, de Emanuel Lima.
ESCRITORES
MIRINS – O projeto do pedagogo Carlos Campos, 31 anos, da Escola Classe 1 de
Sobradinho, estimula as crianças a escreverem um livro com base nas suas
histórias. "Uso um método muito simples para que as crianças criem poesias
e romances sobre a vida deles mesmos. Isso estimula o gosto pela leitura,
alguns tinham dificuldades em português e melhoraram muito depois do
livro", contou o pedagogo.
Maria
Eduarda, 10 anos, disse que um grande trauma pessoal foi resolvido através do
livro. "Meu livro conta a história de uma menina que via uma violência na
rua e foi interferir e um professor chegou na hora e salvou ela de ser agredida
também. A professora falou para ela nunca se meter na briga das outras pessoas.
Um dia, ela viu a mãe dela sendo agredida e não fez nada, e quando foi ao
hospital, a mãe dela estava muito triste e perguntou porque ela não fez nada. A
menina contou o que a professora tinha dito e a mãe dela disse que ela sempre
tinha que ajudar a famÃlia e os amigos", relatou.
Empolgado, o
autor de O Canto Libertador, Gustavo Santos, 10 anos, afirma que já descobriu a
profissão que ama e será poeta quando crescer; "É muito bom quando alguém
compra o meu livro e eu vejo que o que eu fiz está sendo reconhecido. Eu
aconselho todo mundo a escrever porque é mágico. Se você morrer, o livro vai
continuar, como os livros da Clarisse Lispector que já morreu há um tempão e
todo mundo ainda lê. Já estou escrevendo as poesias para o meu segundo
livro", garantiu.
"Antes,
eu tinha dificuldade em português e não lia muito. Agora já comprei os livros
que meus amigos escreveram e estou lendo todos", declarou Marina Abrão de
Barros, 10 anos, autora de A Formiga e o Monte.
Segundo o
pedagogo, cada criança tem que arrecadar R$ 1,8 mil para registrar e publicar
seu livro. Cada exemplar é vendido por R$ 5. O método utilizado por Carlos
Campos será apresentado na Bienal, nesta quarta-feira (16), às 14h, no Espaço
Biblioteca do Cerrado.
Confira aqui
a programação completa da II Bienal Brasil do Livro e da Leitura.
SERVIÇO:
Método de
criação de poesias e novelas para crianças
Data: 16/4
Horário: 14h
Local: II
Bienal Brasil do Livro e da Leitura, Espaço Biblioteca do Cerrado
Por Vaneska Freire, da Agência BrasÃlia/ Fotos:
Pedro Ventura
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