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Escritor novato, brasiliense estreia na ficção com romance nostálgico

*Felipe Moraes

Dá para visualizar Era uma vez… 1986 (Novo Século), romance de estreia do brasiliense Alessandro Mendonça, como um diário interrompido. Um capítulo é situado em 1986. O seguinte, em 2006. As diferentes linhas do tempo dão conta das vidas dos personagens principais, Daniel e Márcia, em dois momentos. Nos anos 1980, eles são adolescentes sonhadores, apaixonados um pelo outro e frequentam a sexta série. Vinte anos depois, estão casados, já não sonham como antes e enfrentam a delicadeza de uma crise conjugal. Na superfície, lembra a estrutura temporal do best-seller Um dia, de David Nicholls: num espaço de duas décadas (a partir de 1988), o relacionamento a dois é narrado em eventos ocorridos em 15 de julho de cada ano. Mendonça avisa: “Escrevi bem antes desse livro. Agora vai parecer que eu copiei, né?”. Portanto, não vale pensar em plágio. Apenas em infeliz coincidência.

Alessandro Mendonça: a verve de um bom contador de histórias

O morador de Sobradinho, de 38 anos, é formado em teologia. Bem antes disso, fez de tudo: já vendeu jornal na rua e dividiu a carga das compras de clientes da Feira Permanente de Taguatinga em troca de uma graninha. Hoje, nos turnos vespertino e noturno, atua como secretário escolar numa escola rural do Paranoá. Só tem tempo livre nos fins de semana, quando pode pesquisar e organizar seus rascunhos. Mas a verve de contador de histórias, garante, está com ele desde sempre. “Meu prazer antecede a minha vocação religiosa. Na escola, sempre gostei muito de redação e sempre tive vontade de escrever”, diz ele.

Por Felipe Moraes/correioweb

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