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Presidente da Comissão de Educação e Saúde constata o caos no Hospital de Sobradinho

O presidente da Comissão de Educação e Saúde da Câmara Legislativa do distrito Federal, deputado Washington Mesquita (PSDB), vai fazer visitas aos hospitais e escolas do DF para avaliar as condições de atendimento à população. O objetivo é enviar relatórios ao governo para as medidas serem tomadas. “Levarei um relatório pessoalmente ao governador com todas as solicitações necessárias para suprir as necessidades de todas as escolas e hospitais do DF. A população não merece continuar nesse estado de calamidade”, afirmou o deputado.

O primeiro hospital a ser visitado foi o de Sobradinho. A espera de pacientes por atendimento foi flagrada pelo presidente da Comissão de Educação e Saúde da Câmara Legislativa do distrito Federal, deputado Washington Mesquita (PSDB). O parlamentar verificou o desespero de pessoas que aguardam nos corredores do pronto-socorro por procedimentos médicos. Constatou ainda, paciente com traqueostomia, um procedimento cirúrgico passível de infecção. A visita foi motivada por denúncia de pacientes.

Sobradinho possui mais de 200 mil habitantes e tem um hospital com apenas oito médicos atendendo no Pronto Socorro. O necessário seria, no mínimo, 20 médicos. Além da comunidade, o hospital recebe pacientes de cidades vizinhas. Existe uma deficiência de medicamentos e equipamentos hospitalares, além de déficit de pessoal.

“Estou chocado com a situação deste hospital. Os pacientes sofrem, os funcionários sofrem e nada está sendo feito. Esse hospital é um barril de pólvora que pode explodir a qualquer momento”, disse o deputado.

Reclamações
De acordo com funcionários do hospital, faltam bioquímicos com curso superior para fazerem as análises laboratoriais e técnicos em bioquímica estão realizando esse serviço. Os funcionários estão sobrecarregados e muitos se encontram desviados de funções, para as quais não foram capacitados.

A estrutura física do hospital não comporta os pacientes. “São dez ou mais pessoas que ficam internadas numa sala imprópria. São pessoas com doenças infecciosas que precisariam de um local especial. Os doentes ficam sofrendo e não podemos fazer nada”, afirmou um médico do hospital que não quis se identificar.

Os funcionários reclamam ainda das condições de trabalho e da questão salarial. “De julho do ano passado até hoje, de dez médicos que assumiram o cargo, apenas dois continuam”, afirmou outro médico.

Os pacientes falam da demora e da falta de atendimento. “Esse é o terceiro dia que venho e não sou atendida. Desde quarta-feira fico de 6h às 22h neste hospital e não recebo atendimento”, disse Eldecília Aparecida. No corredor do hospital estavam mais de nove pessoas em macas. Entre elas, estava a senhora Leoniza Costa, de 78 anos que aguardava uma cirurgia na perna. “Por causa da superlotação, minha mãe está internada no corredor”, relatou a filha da paciente, Ivete Alves.

Os resíduos hospitalares ficam em locais inapropriados. Há a necessidade da construção de um abrigo externo para a segregação dos mesmos e maior quantidade de contêineres.

“Ver essa realidade é muito triste. Não ter o amparo legal do Estado, a valorização pessoal e financeira é inaceitável”, indagou Washington Mesquita.

Equipamentos não funcionam
Os aparelhos de tomografia não estão funcionando completamente e 10 das 20 máquinas de hemodiálise estão quebradas, deixando pacientes sem receber o tratamento. Os aparelhos do laboratório são terceirizados e não estão em pleno funcionamento e o ar condicionado espirra água dentro do laboratório.

A diretora do hospital, Joana Dar´c, informou que está trabalhando para mudar a realidade do hospital. “A demanda é grande e estamos tentando de todas as formas amenizar o sofrimento dos pacientes e melhorar as condições de trabalho. Procuramos fazer uma triagem nos atendimentos, priorizando os mais graves. Uma boa solução seria a construção de uma Policlínica, que atenderia várias especialidades como neurologia, clínico geral, infectologia, endocrinologia, ortopedia, entre outros”, disse a diretora.

Fonte clicabrasilia

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