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EDUCAÇÃO - Ensino deficitário é a preocupação na Fercal


Para o Diretor da Regional de Ensino de Sobradinho (DRE) - Ranieri Falcão (foto), o desafio se concentra em melhorar a estrutura da Fercal. “A comunidade precisa de mais espaço físico”, afirma.

Lideranças comunitárias locais participaram de um encontro que tem como tema principal a discussão sobre a urgência em se ampliar a oferta de escolas. Maioria delas está com a manutenção comprometida

A vida de Bárbara Alves, 14 anos, pode mudar de forma brusca no ano que vem. A moradora da Fercal ingressará no 1º ano do ensino médio e, em vez de continuar estudando perto de casa, terá de se matricular em um colégio de Sobradinho. A estrada é longa. “Vai ser ruim pegar ônibus todos os dias”, prevê. A garota não tem alternativas. Na Fercal, a oferta das três últimas etapas da educação básica se resume a turmas em apenas uma das 10 escolas da área (veja quadro). Todas as poucas vagas disponíveis são para o período noturno.

A precariedade no ensino médio do local, pertencente à região administrativa de Sobradinho II, preocupa dirigentes da rede pública. Cerca de 100 professores, diretores, pais de alunos e líderes comunitários se reuniram ontem com representantes do governo para debater os problemas educacionais da Fercal. Após votação, concluíram que a questão mais urgente se refere à infraestrutura dos colégios. Em segundo lugar, elegeram a pouca oferta das séries finais, fato que prejudica estudantes como Bárbara. Por último, atentaram para a necessidade de cursos técnicos.

Equipes formadas por profissionais da área discutirão iniciativas para melhorias dos três pontos, escolhidos entre uma lista de 10 itens. Os tópicos foram levantados a partir de um diagnóstico realizado pelo Grupo Votorantim, uma das várias fábricas de cimento do local. A empresa criou, em 2009, um conselho comunitário com lideranças da região e promoveu o encontro de ontem, no Centro de Ensino Fundamental Fercal. “Quem se propôs integrar as equipes terá de apresentar propostas e ver como pode contribuir”, explica a consultora de responsabilidade social da empresa, Daniela Sales.

O relatório com os principais problemas dos colégios públicos da Fercal foi entregue ao GDF no último dia 30 de Julho. O secretário adjunto de Educação, Jacy Braga Rodrigues, participou do encontro e percebeu que o documento contém diretrizes importantes. “Existem intervenções que precisam ser feitas de imediato. Há uma licitação em andamento que viabilizará as mudanças urgentes”, explicou. Jacy ressaltou, no entanto, que o órgão trabalha com a descentralização de recursos(1). “Coisas como a colocação de tampas nos quadros de energia podem ser resolvidas pela própria escola”, exemplificou.

Demanda
A articulação dos professores, diretores e moradores com o GDF beneficiará cerca de 2,7 mil crianças e adolescentes que frequentam as escolas do local. Na opinião do diretor regional de ensino de Sobradinho, Ranieri Falcão, o desafio se concentra em melhorar a estrutura da Fercal. “A comunidade precisa de mais espaço físico”, afirma. Falcão acredita que o surgimento de mais unidades desafogará os colégios públicos de regiões próximas. “A demanda atual vai toda para Sobradinho I e II. Com a construção dessas escolas, será possível fazer as matrículas de forma diferenciada”, justifica.

Os projetos que acabarão com a falta de escolas na Fercal esbarram em empecilhos judiciais para sair do papel. O secretário adjunto de Educação conta que o órgão pretende levantar um novo centro de ensino médio na região. “A área foi doada por um particular e precisa passar a ser de propriedade do Estado. Não é um processo tão rápido”, pondera Jacy. No ano passado, a comunidade perdeu uma escola (leia Memória). “Para ser construída em outro lugar, o Ministério Público do DF precisa liberar o uso da área disponível”, emenda.

Enquanto isso, os estudantes convivem com o que têm. Helen Cristina Santana, 8 anos, frequenta uma turma de 2ª série da Escola Classe Engenho Velho e foi vítima da falta de estrutura dos estabelecimentos de ensino locais, principal apontamento feito pelo conselho comunitário da Fercal. Durante a aula, a cadeira em que a garota estava sentada quebrou. Além do mau estado de conservação dos equipamentos, há outros problemas. “Falta acessibilidade para cadeirantes e segurança para as crianças”, enumera Débora Santanta, 28, mãe de Helen Cristina.

1 - Autonomia
A Secretaria de Educação criou, em 2007, o Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (Pdaf). As escolas e diretorias regionais de ensino passaram a receber uma quantia anual calculada com base na quantidade de alunos. A aplicação dos recursos deve atender as prioridades estipuladas pelo Conselho Escolar.

Fonte: CB - (artigo original em anexo. Para acessar click no título desse artigo)- Foto: Júnior Nobre

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