Defesa de Anilcéia Machado vai tentar mantê-la no Tribunal de Contas

Ex-deputada distrital e conselheira do Tribunal de Contas pode perder vaga na Corte. Anilcéia é citada em diálogos do inquérito que investiga o mensalão do Democratas.

Os advogados da conselheira Anilcéia Machado vão tentar mantê-la na presidência do Tribunal de Contas do DF e no próprio tribunal. Eles recorreram de uma decisão dos Superior Tribunal de Justiça que entendeu que a vaga de conselheiro ocupada por Anilcéia não era dela. Segundo a Corte, pertence ao Ministério Público de Contas e não à Câmara Legislativa, que indicou a ex-deputada para o Tribunal em 2006.

Apesar da decisão, a conselheira continua no TC até o julgamento do recurso. Anilcéia também pode ter que dar explicações à Justiça e à polícia sobre suposto tráfico de influência no Tribunal de Contas. O inquérito do STJ que apura denúncias de corrupção no GDF traz diálogos em que a conselheira é citada.

Em um trecho, o ex- secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa conversa com o ex-governador José Roberto Arruda sobre processos e faz insinuações de que, se fosse no Tribunal de Contas, Arruda estaria absolvido.

Em outra gravação, o então deputado Júnior Brunelli depois de receber um maço de dinheiro pede mais uma ajuda.

- “Me ajuda aí, irmão. Não deixa a ‘negada’ sacanear’ não.”
- “Quem é que está sacaneando?”, pergunta Durval.
- “Não sei, tô te pedindo para você conversar com a Anilcéia.”

Nessa mesma época, em um único julgamento, o Tribunal teria anulado oito processos contra Durval Barbosa. Em um deles, uma empresa teria prestado serviços a Codeplan sem licitação e sem contrato, entre julho e dezembro de 2002. Durval foi condenado ao pagamento de multa, mas em julho o Tribunal acolheu um recurso dele e cancelou as medidas. A presidente do Tribunal, Anilcéia, estava entre os que defenderam a tese. A reportagem do DFTV tentou falar com Anilcéia Machado, mas a assessoria disse que não a encontrou.


(*) fonte Leonardo Ribeiro/DFTV - Rede Globo / Foto: Júnior Nobre